Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Um Acadêmico no Comando do JICA

28 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Segundo notícia divulgada pelo Nikkei, o jornal econômico japonês, o professor Akihiko Tanaka, vice-presidente da Universidade de Tokyo, que é considerada a mais importante no Japão, e acadêmico de política internacional, é o novo presidente do JICA – Japan International Cooperation Agency, o organismo que concede o ODA – Official Development Assistance do governo japonês. Ele declarou que deseja continuar com suas atividades acadêmicas, unindo a teoria à prática.

Convidado pelo ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, o professor Akihiko Tanaka havia confessado que não se sentia capacitado a exercer o cargo, mas depois de pensar um pouco, aceitou o convite para substituir Sadako Ogata, ex-alta comissária das Nações Unidas para refugiados, que ocupou o cargo pelos últimos oito anos dando prioridade aos países africanos. Num acordo tripartite do Japão, Brasil e Angola, por exemplo, procurou ajudar o sistema de saúde daquele país africano, utilizando também profissionais brasileiros que tinham a facilidade do idioma.

Tanaka

Professor Akihiko Tanaka

O chamado ODA é concedido como fundo perdido ou empréstimo concessional de longo prazo, com carências elevadas e juros abaixo do mercado. O Brasil vinha recebendo este tipo de assistência, mas com o seu desenvolvimento, só tem ocorrido em casos especiais. São os casos recentes relacionados com a despoluição do rio Tietê, bem como os projetos de saneamentos. No passado, os estudos de viabilidade econômica de diversos projetos de infraestrutura foram feitos com a assistência via JICA.

Os estudos recentes do professor Akihiko Tanaka estavam relacionados de forma ampla desde os sistemas globais, até a segurança nacional ou relacionamento sino-japonês. Agora, ele se declara na intenção de continuar com suas atividades acadêmicas, paralelas aos programas com os países em desenvolvimento, com tudo que se relaciona com a construção da paz até o desenvolvimento. Pretende observar a viabilidade democrática, e a economia orientada pelo mercado criando raízes nos países menos desenvolvidos, como elemento de pesquisa de política internacional.

O governo japonês deseja que o ODA sirva como uma alavanca para estimular o país, e o novo presidente do JICA necessitará de conhecimentos como distribuí-los com maior eficácia e de forma eficiente. É uma abordagem que tem contribuído para o desenvolvimento da China e do Sudeste Asiático.

Tanaka entende que os suprimentos e equipes de ajuda que o Japão recebeu nos desastres de março do ano passado foram uma espécie de retribuição pelos ODA concedidos no passado, e ele deseja estabelecer no resto do mundo o modelo que veio sendo aplicado pelo JICA.

Com o mundo passando por fortes mudanças, o novo presidente do JICA tem em mente que o objetivo primário da instituição é criar um ambiente mais seguro e estável que evite dificuldades nas relações internacionais.

Só se pode desejar que sua gestão seja a mais profícua possível, lembrando que mesmo os países hoje emergentes possuem também bolsos de extrema pobreza, que estão procurando resolver, quando possível com a ajuda japonesa.



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