Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Investimentos Japoneses na Área de Alimentos na China

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Muitos são os que reclamam da China, mas continuam efetuando investimentos naquele país visando atender uma parte do seu mercado que continua crescendo, mesmo num ritmo menos acelerado que nas últimas décadas. Muitas empresas japonesas não possuem alternativas, pois o mercado nipônico continua crescendo modestamente, e precisam ampliar suas atividades no exterior, com preferência nos seus vizinhos asiáticos. O jornal Nikkei publicou um artigo a respeito.

Segundo a informação, as empresas japonesas que possuem alta tecnologia neste setor de alimentos visam preferencialmente os consumidores de padrão mais elevado da China. Existe uma demanda por alimentos mais seguros e mais saborosos entre os segmentos de consumidores de média e alta renda. Uma pesquisa mostrou que esta demanda é grande, e os japoneses já estão atendendo via exportações.

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A Mitsubishi Plastics fez recentemente uma demonstração na China sobre o seu novo sistema de produção de vegetais hidropônicos, com a utilização de seus produtos que permitem o aproveitamento da luz solar. Os produtos colhidos, numa operação conjunta com uma cooperativa local, tiveram uma boa acolhida das autoridades e estabelecimentos como hotéis de luxo, que os consideraram saborosos e atraentes.

Estas produções que costumam ser feitas nas chamadas “vinil houses” contam com rendimentos elevados, pois não ficam sujeitos às intempéries e podem evitar as pragas sem o uso de pesticidas.

Uma empresa japonesa de fertilizantes utilizados na produção hidropônica, que não cultiva diretamente no solo, também está apoiando a iniciativa, para a produção de tomates com maior teor de açúcar, utilizando as águas necessárias. Estas técnicas japonesas vieram sendo desenvolvidas desde 1985, quando apresentaram uma só planta de tomate que produzia toneladas de frutos na Expo Tsukuba 85.

Ainda assim, o Japão não atingiu o nível tecnológico da Holanda, que dispõe de poucas terras aráveis e foram desenvolvendo tecnologias semelhantes, sendo o segundo exportador mundial depois dos Estados Unidos.

Diversas empresas japonesas estão envolvidas em operações semelhantes que visam à produção de alimentos de qualidade, com o uso de insumos que não sejam prejudiciais à saúde humana, com o apoio dos centros de pesquisa.

O que deve se constatar é que a necessidade leva à criatividade, e no atual quadro da economia japonesa o país é obrigado a intensificar o desenvolvimento de tecnologias competitivas, mesmo que parte da produção tenha que se efetuar no exterior.



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