Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Bloomberg Mostra as Chocantes Condições da Foxconn

2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

A Bloomberg divulga no seu site uma série de fatos chocantes encontradas numa inspeção efetuada por uma equipe liderada pelo CEO da Apple, Tim Cook, numa visita às instalações da Foxconn na China informando que foram encontradas sérias e persistentes (serious and pressing) violações das leis chinesas de trabalho. Como é amplamente conhecido depois do suicídio de mais de 10 operários em 2010, a Apple que monta muitos aparelhos terceirizados para aquela empresa chinesa aderiu em janeiro último ao Fair Labor Association ( tradução livre, Associação pelo Trabalho Correto) com sede em Washington, USA.

A Foxconn foi instalada para cortar as horas de trabalho extra que chegam ao total de 16 horas diárias sem a redução dos salários, bem como permitir visitas externas às fábricas, como decorrência de suicídios de operários e mortes provocadas por explosões. Tudo mostra como a imagem da Apple foi atingida pelo uso de trabalhadores em condições degradantes em economias emergentes para a produção de seus equipamentos. A ampla reportagem informa que, além da Apple, a Microsoft, Dell, Hewlett Packard e a Samsung terceirizam com a Foxconn a montagem de muitos equipamentos.

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Os inspetores encontraram ao menos 50 violações das leis chinesas de trabalho, bem como ao código de conduta que a Apple assinou em Washington. O trabalho de inspeção foi extenso examinando a legislação chinesa como gastando um bom tempo num total de 3.000 horas nas fábricas, examinando mais de 35.000 trabalhadores e seus dormitórios.

O CEO Tim Cook visitou as autoridades em Beijing e as áreas onde o iPhone é produzido em Zhengzhou em 28 de março último. A Apple tem dois anos para se ajustar ao código de conduta que assinou. Dirigentes da Apple agradeceram a Foxconn pelo acesso aos locais de trabalho e afirmam apoiar integralmente os aperfeiçoamentos introduzidos. A Foxconn não respondeu as mensagens enviadas pela Bloomberg.

Na explosão ocorrida em Yantai, onde teriam morrido três operários, constatou-se que os trabalhadores foram excluídos das decisões para a segurança e saúde. Os operários estão sendo expostos a perigosas poeiras de alumínio.

Foram notados redes colocadas junto aos prédios de dormitórios para evitar os suicídios dos operários. Alguns eventos foram promovidos entre os operários visando elevar o moral deles.

Existem algumas manifestações entre os operários de incredulidade na manutenção de suas remunerações nas horas extras, que costumam ser de US$ 2 por hora. Existem algumas informações que algumas operações estão sendo robotizadas, de forma a reduzir o emprego que chegou a se noticiar que chegavam a um milhão de operários somente na Foxconn.

Deve-se lembrar também de que Terri Gou, presidente da Foxconn, visitou o Brasil onde está programando investimentos, tendo observado que os operários brasileiros não são muito voltados ao trabalho intenso. Deve-se observar igualmente que do valor destes produtos, em média, somente 5% ficam na China sendo que 95% são destas empresas multinacionais cujas marcas estão em seus equipamentos.



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