Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Difíceis Melhoramentos nas Relações Brasil e USA

2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Aproxima-se a data em que a presidente Dilma Rousseff deve fazer uma visita oficial aos Estados Unidos e certamente a pauta dos assuntos a serem tratados é extensa e importante. Mas não se devem aguardar grandes avanços nas relações bilaterais destes dois maiores países das Américas, ainda que pequenos gestos possam dar sinais que estes entendimentos estão subindo de patamar. Os Estados Unidos encontram-se num ano eleitoral e o Brasil não é um país que perfila automaticamente com algumas posições de política internacional daquele país, possuindo uma posição própria e independente. Joe Leahy, do Financial Times, trata destes assuntos num artigo, mostrando que existem muito mais assuntos que os comerciais, onde as cifras com a China estão superando a destes gigantes das Américas.

Existem interesses norte-americanos no fornecimento de aviões, do mesmo modo que fornecimentos brasileiros foram suspensos. Sobre o etanol brasileiro foram suspensas as tarifas, mas o Brasil é hoje importador deste produto. A reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança, sem sacrificar a sua neutralidade, pode ser um ponto importante, que ainda encontra resistência por parte da China.

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Barack Obama e Dilma Rousseff

No assunto relacionado com o Irã, a posição do Brasil pode ter surpreendido os Estados Unidos, mas mostrou ao mundo que os brasileiros continuam sendo atores importantes no cenário internacional. Barack Obama visitou o Brasil logo depois da posse de Dilma Rousseff como um gesto de consideração de um parceiro de igual nível.

Existem analistas internacionais que apontam que o Brasil não aspira concessões comerciais ou uma cooperação militar, mas que deseja ser tratado no mesmo nível, como um influente país emergente que ganha importância no cenário internacional. Outros apontam que apesar da ampla pauta sempre em discussão entre os dois países, seus relacionamentos não possuem a profundidade que se espera.

Muitos países estranham o Brasil que possui um grande número dos seus recursos humanos com treinamentos pós-graduados nos Estados Unidos, mas nem o volume do seu comércio, dos investimentos, dos fornecimentos de tecnologias ou problemas de cooperação na segurança internacional são os mais intensos. O Brasil teve sempre um relacionamento externo diversificado, tanto com os países europeus como do resto do mundo, e agora intensifica as suas transações comerciais com os asiáticos.

Mas Estados Unidos e o Brasil são países importantes no cenário internacional e suas constantes consultas são relevantes, mesmo que tenham algumas divergências, como as recentes relacionadas à política monetária, que acaba aumentando o tsunami de recursos que se voltam para o Brasil, criando dificuldades cambiais.



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