Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Cuidados Ecológicos Exigidos Pelo Pré-Sal

9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Aos poucos vão ficando mais claros os desafios que existem para a exploração sustentável do pré-sal brasileiro. Ainda que tenham sido localizadas reservas promissoras na região, o conhecimento mais profundo de suas condições, inclusive geológicas, mostra a magnitude dos desafios existentes. A Folha de S.Paulo publica duas matérias que chamam atenção sobre dois aspectos relevantes. O primeiro, relacionado com os marcos regulatórios indispensáveis, utilizando o lançamento do livro de Maurício Trombino Tolmasquin e Helder Queiroz Pinto Junior sobre a experiência internacional disponível, ressaltando o exemplo da Noruega na exploração do Mar do Norte. O segundo, apontando que a logística exigida aumenta os riscos de acidente do pré-sal, com muitas informações úteis para a sua avaliação.

Há um consenso internacional que a Noruega apresenta uma regulamentação cuidadosa, com flexibilidade suficiente para enfrentar os problemas que se apresentam na exploração offshore. A própria Petrobras atribui muitos dos seus conhecimentos tecnológicos a sua participação nos esforços para a exploração do Mar do Norte, que devem ser aproveitados também para o pré-sal. O livro organizado por Maurício Tolmasquim, da Empresa de Pesquisa Energética do governo, e pelo professor da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Helder Queiroz Pinto Junior, informa o artigo da Folha, apresenta a experiência do Brasil e da Noruega, além de outros nove países, sobre o assunto da regulamentação da exploração do petróleo. Deve ajudar no aperfeiçoamento da regulamentação brasileira.

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Capa do livro Marcos Regulatórios da Indústria Mundial do Petróleo e vazamento de petróleo da Chevron no campo de Frade

Os artigos elaborados por Pedro Soares para a Folha de S.Paulo informam que os dados do Ibama e da Petrobras mostram que houve 14 acidentes depois do problema da Chevron no Campo de Frade. E que a logística exigida vai continuar crescendo, com a evolução de 287 barcos de apoio à exploração da Petrobras de 2010, estimado para 479 em 2015 e 568 em 2020. De forma similar, as plataformas de 122 em 2010, estima-se crescer para 142 e 177 nos mesmos anos.

As sondas de perfuração que eram 15 em 2010 devem atingir 37 e 65 nos mesmos anos de 2015 e 2020. A produção de petróleo em campos brasileiros era de 2 milhões de barris/dia, e devem passar para 3 e 4,9 nos mesmos anos. A participação do pré-sal de 2% em 2011 deve chegar a 18% em 2015 e 40,5% em 2020.

Segundo Pedro Soares, os analistas especializados no assunto informam que as atuais condições são extremas no transporte do petróleo e derivados no mar, necessitando de uma ação coordenada do governo planejar o combate e a prevenção de acidentes marítimos.

Segundo o jornalista, a presidente da Petrobras Graça Foster declarou ao jornal que a empresa persegue o ideal de “acidente zero”, havendo um grupo de trabalho formando para tanto. O Ibama e a ANP – Agência Nacional de Petróleo, questionados sobre o assunto pelo jornal, não responderam.

Quando o Brasil procura acelerar a exploração do petróleo, aumentando a do pré-sal, sabidamente difícil, há que se estabelecer não somente a regulamentação, mas ações coordenadas com todos, empresas estatais, agências governamentais, como empresas privadas nacionais e estrangeiras, para que os danos ecológicos sejam os menores possíveis.



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