Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Sinais da Inexorabilidade do Processo de Globalização

26 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Já houve ao longo da história da humanidade diversas ondas do processo de globalização, mas a atual parece prosseguir de forma inexorável. Recebemos todos os dias algumas notícias que mostram que este processo é duradouro e talvez permanente, com possibilidade de ocorrer atropelando os que insistem em apresentar resistências às mudanças. Os que se ajustam mais rapidamente a este processo possuem melhores condições de colher mais de suas vantagens. Dois casos notórios podem ser observados, como exemplos, sendo que o primeiro foi noticiado no site do The Wall Street Journal, num artigo de autoria de Daisakue Wakabayashi, referindo-se ao processo de designação dos novos diretores do centenário grupo japonês Hitachi, que conta com mais de 1.000 empresas espalhadas pelo mundo.

O segundo aparece em diversos artigos publicados no caderno especial Construção da Imagem, do Valor Econômico, mostrando que as atividades relacionadas com as agências envolvidas no assunto passaram a atuar de forma globalizada, fazendo parte de grupos multinacionais, visando atender as empresas que atuam no Brasil como em outros países mundo a fora.

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A Hitachi, segundo a notícia, anunciou aumentar o número de diretores independentes na cúpula do grupo, provenientes de outros grupos, de quatro atuais para sete, no seu Conselho Deliberativo, diminuindo para seis os diretores executivos formados no próprio grupo, que atualmente são de oito. Entre os novos indicados figuram nomes como o chairman da 3M, George Buckley, e Philip Yeo, chairman da Spring Singapore, que não são japoneses. Entre seus diretores, já conta com Stephen Gomersall, chairman da unidade europeia, também com esta caracteristica.

Este tipo de Conselho independente era raro no Japão. A Toyota, por exemplo, que é considerada a empresa de maior valor no país, não conta com nenhum diretor de outros grupos no seu Conselho de 11 membros. Os seus chamados independentes, para atender as exigências do mercado acionário, eram provenientes da família fundadora, a Toyoda, ou de outras empresas subsidiárias. Este tipo atual de composição pode ter se acelerado com alguns escândalos que ocorreram, como no caso da Olympus, que também passou a ter maioria de diretores independentes.

Um relatório de 2011 mostrou que mais de 50% das empresas listadas na Bolsa japonesa não contavam com nenhum diretor estrangeiro. A Sony era uma exceção, contando já com Conselho de diretores independentes. Este tipo de movimento está levando algumas empresas, como a Asahi Glass, a contarem com a sua matriz fora do Japão, no caso na Bélgica. Estão passando a ser empresas multinacionais no mundo globalizado.

No caso das agências que prestam serviços para empresas no Brasil, observa-se que a maioria das grandes passou a contar com controle ou expressiva participação externa no seu capital. Muitas destas empresas clientes já contam com atuação internacional e necessitam de serviços que considerem as culturas empresariais dos países em que atuam.

Até recentemente, as grandes empresas multinacionais do setor tinham como objetivo atender os seus clientes estrangeiros que atuam no Brasil. Mas muitas empresas brasileiras também passaram a atuar no exterior, ou mesmo as estrangeiras que possuem uma presença marcante no país têm fortes relacionamentos com o mercado externo.

Estes fenômenos não correm somente no Japão ou no Brasil. No atual mundo cada vez mais globalizado, além de operarem em todos os mercados, necessitam contar com dirigentes que possuem conhecimentos de outros ambientes para formularem diretrizes mais condizentes com as varias culturas dos muitos países. Os que ficam ilhados somente em um país ou numa região acabam perdendo as oportunidades que se apresentam, com dinamismos diferentes em outras áreas. Como estes processos econômicos nunca ocorrem de modo uniforme, é preciso contar com mecanismos que permitam aproveitar aqueles que se encontra com tendências ascendentes.



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