Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Consolidam-se os Entendimentos no Extremo Oriente

14 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Os principais jornais da China, Japão e Coreia ressaltam a importância da reunião de cúpula realizada neste fim de semana em Beijing, reunindo o premiê chinês Wen Jiabao, o presidente coreano Lee Myung-bak e o premiê japonês Yoshihiko Noda, dando prosseguimento às reuniões onde seus ministros alcançaram importantes acordos. Foram assinados os acordos de investimentos como um passo importante para chegar a um acordo de livre comércio entre os três países ainda este ano, apesar das dificuldades ainda existentes. Também estabeleceram um entendimento que não aceitarão novos testes nucleares da Coreia do Norte.

Tudo indica que estes entendimentos estão se consolidando diante das dificuldades econômicas mundiais, e as pressões norte-americanas em direção a uma Parceria Trans-Pacífica (Trans-Pacific Partnership) envolvendo países de toda bacia do Pacífico. Os indícios são no sentido de evitar problemas como os que estão afetando a Comunidade Europeia, restringindo-se a entendimentos no sentido da formação de um bloco de livre comércio entre os três países.

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Lee Myung-bak, Wen Jiabao e Yoshihiko Noda

O que parece evidente é que a China continua almejando o seu elevado crescimento econômico, apesar da ligeira desaceleração observada neste ano, pois conta ainda com uma parte de sua população em situação de pobreza. O Japão conta com elevado nível de renda per capita e dispõe de tecnologia, mas vem enfrentando dificuldades de crescimento nas duas últimas décadas. E a Coreia conta com um pequeno mercado interno, dada à dimensão de sua população.

Ainda que tenham suas identidades nacionais, do ponto de vista econômico continuam incrementando suas relações, além de enfrentarem problemas políticos comuns como os relacionados com a Coreia do Norte. A junção de seus esforços é considerada importante, podendo também auxiliar o resto do mundo globalizado, principalmente diante das dificuldades europeias e norte-americanas.

Nada significa que terão posições idênticas com relações a diversos problemas mundiais, pois a China continua bloqueando a pretensão japonesa a se transformar em membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas o fato indiscutível é de que, como um bloco, estes países asiáticos poderão ampliar as suas já influentes posições nos organismos internacionais que eram controlados pelos europeus em entendimento com os norte-americanos como no FMI e no Banco Mundial. As contribuições dos fundos asiáticos para estes organismos como solução de problemas europeus vêm crescendo de importância.

Do ponto de vista comercial, a importância do volume de suas transações representam parcelas significativas. E a China vem aumentando a importância de sua moeda nestas transações. Também seus investimentos em outras regiões do mundo, como a África e a América Latina, apresentam tendências crescentes.

É evidente que existem interesses conflitantes, notadamente em setores relacionados com seus setores agrícolas. Mas as vantagens que podem obter em conjunto, podem compensar eventuais subsídios que tenham que ser admitidos.



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