Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desenvolvimento Recente da Mongólia

1 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O The Wall Street Journal publica um artigo sobre o receio mongol dos pesados investimentos chineses na sua mineração. A Mongólia, com pouco mais de 2,5 milhões de habitantes, é pouco conhecida na América do Sul, salvo pela atuação de Gengis Khan e seus descendentes que acabaram dominando praticamente toda a Ásia no passado histórico, chegando com sua ocupação até a proximidade da Europa. Os japoneses, nos primeiros anos da década dos trinta do século passado, chegaram a mandar mais de 300 mil colonos agrícolas, e operavam uma grande ferrovia que os ligava à Costa Leste, chegando ao Pacífico, visando o seu abastecimento. Foram evacuados dramaticamente com a derrota na Segunda Guerra Mundial. A empresa brasileira Vale está presente naquele país interessada no seu carvão mineral, visando carga de retorno para os minérios exportados para a Ásia, bem como utilizar a sua experiência de mineração em outras atividades.

Hoje, a Mongólia passa por um impressionante “boom”, com o FMI estimando que a sua economia crescerá 17,1% neste ano, mas parte destes interesses estão se transferindo para Myanmar que está se tornando a preferida na Ásia com a ampliação de sua democracia. A China pretende ampliar as suas importações de minérios daquele país, que faz fronteira com a região de Inner Mongólia, a principal produtora de carvão mineral dos chineses. Uma expansão muito acelerada ocorre nesta região central da Ásia, que fica entre a Rússia e a China, cujas cidades passam por um acelerado processo de modernização, como o que ocorre no interior chinês.

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O artigo publicado informa que a Chalco, a gigantesca estatal chinesa de alumínio, está interessada em investir na Mongólia que já exporta 80% da produção de sua empresa Tavan Tolgoi por intermédio desta estatal chinesa. Esta empresa mongol planeja captar US$ 10 bilhões inicialmente em Londres, Hong Kong e Ulan Bator para ampliar suas atividades que utilizam seus ricos carvões minerais. Os chineses desejam diversificar suas atividades na Mongólia, mas existem fundamentados receios da parte dos mongóis que impõe restrições aos chineses, aspirando por investimentos de outros países como o Canadá ou o Brasil. Mas suas distâncias impõem restrições.

No legislativo mongol existem receios relacionados a investimentos de estatais estrangeiras. Mas seus relacionamentos com outros países necessitam efetuar-se pelo Pacífico, e suas fronteiras se restringem à Rússia ao Norte e a China ao Sul, que continua demandando seus minérios.

Comparando estes casos com o do Brasil, apesar das dificuldades também existentes, é possível compreender melhor o interesse que o país desperta no exterior.



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