Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tecnologias Russas de Uso Militar

28 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , , | 12 Comentários »

Lamentavelmente, os problemas de segurança internacional acabam provocando avanços tecnológicos importantes, que se espera sejam úteis para outras finalidades. Um artigo publicado na Gazeta Russa, que é publicada como uma espécie de suplemento mensal com os principais jornais do mundo, inclusive a Folha de S.Paulo, escrita por Victor Litóvkin, fala do super-radar inaugurado na Sibéria. O artigo afirma que o chamado Voronej-M é uma reação à iniciativa dos Estados Unidos e da OTAN – Tratado do Atlântico Norte, mas na sua primeira etapa está cobrindo parte substancial da Ásia, informando que deverá se estender pelo Pacífico.

São constantes as informações sobre as tensões militares relacionadas ao fortalecimento militar da China, inclusive dos seus vizinhos que se beneficiam do “guarda-chuva” norte-americano. Mesmo com as dificuldades econômicas atuais, e até por causa dela, estão se fortalecendo as medidas preventivas do ponto de vista da defesa internacional.

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Super-radar: raio da primeira fase cobre Japão, China, Coréia do Sul e do Norte, Vietnã, Indochina e parte da Índia. Fase seguinte terá pacífico norte e central e costa dos EUA

…………….

A Rússia já conta com três outros sistemas voltados para a Europa nos últimos anos, e esta é a quarta, constituindo o sistema nacional de alerta de mísseis, agora localizada na Sibéria, ao Norte da China. Eles informam que o sistema objetiva a dissuasão nuclear de potências estrangeiras, segundo as afirmações do general Oleg Ostápenko, comandante da Defesa Aeroespacial.

Eles procuram não fazer instalações no exterior, com países que atualmente são seus aliados, diante de experiências com os que eram membros da antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O sistema é composto pelos chamados Voronej-M e Voronej-DM que utilizam ondas métricas e decimétricas nos seus radares.

O sistema cobre um raio de seis mil quilômetros, num arco de 120 graus, desde o Japão, China, Coreias, Vietnã, Indochina e boa parte da Índia, segundo o artigo. Todos os lançamentos de mísseis serão detectados e imediatamente informados para o comando central da Defesa Aeroespacial localizada nos arredores de Moscou, para a decisão do presidente russo, sobre as medidas a serem tomadas.

O que se espera é que este sistema sofisticado de radares e complementado por satélites possam ser utilizados também para objetivos pacíficos, como os meteológicos.

Como a Rússia já dispõe de tecnologia para operar uma estação orbital tripulada, os que imaginam que seus desenvolvimentos tecnológicos já estão superados enganam-se redondamente. É preciso considerar que os conhecimentos científicos podem ser utilizados para diversas finalidades, inclusive para proporcionar eficiência tecnológica privada.


12 Comentários para “Tecnologias Russas de Uso Militar”

  1. Osiris Passarinho
    1  escreveu às 18:26 em 28 de junho de 2012:

    A Rússia é um país esperto e desenvolveu extraordinária tecnologia militar. O Brasil deveria fazer o mesmo e , assim, seríamos respeitados pelos Estados Unidos. Os ianques sempre desejaram a nossa Amazônia. Quase 70% das pesquisas nesta região são feitas por gringos (americanos, europeus e japoneses). Daqui para frente, não duvido da presença chinesa na região amazônica. Todos querem as nossas riquezas, a nossa fauna e flora. Chineses, japoneses e sul-coreanos estão comprando minas de minério de ferro e nióbio do Brasil. Ainda bem que o INCRA expulsou a Teijin do Mato Grosos do Sul. Por que um ricaço sueco tem uma área do tamanho da cidade de São Paulo na Amazônia? E a soberania do nosso país? Garoto, Lacta, Usiminas, Medley, Brastemp, Consul, Dako, Continental, Walita, Pão de Açúcar, Companhia Siderúrgica de Tubarão, Yoki, Arno, Banco Real, Mabel, Alunorte, Albras, Marítima Seguros, Schincariol, Kaiser, Puras, Politec, Prosdocimo, Linear Equipamentos Eletrônicos, Cenibra, Amcel, Souza Cruz etc. foram compradas pelos estrangeiros. Devemos dizer um basta! Que tal um blog Brasil Comentado?

    Osiris Passarinho
    Brasileiro com orgulho!!!!

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 18:47 em 28 de junho de 2012:

    Caro Osiris Passarinho,

    Neste site procuramos ser democráticos e postamos também muitos assuntos relacionados com o Brasil. Um país para ser realmente independente necessita de contar com capacidade para manter a sua segurança externa, independência com relação à alimentação e fontes de energia. Sempre resolvemos os nossos problemas externos com a diplomacia, mas devemos investir um pouco mais na capacidade militar, pois as nossas fronteiras internacionais são vulneráveis. No entanto, isto custa muito e compromete o objetivo do desenvolvimento econômico, político e social que estamos perseguindo também. Não precisamos temer os estrangeiros, mas precisamos cuidar da nossa biodiversidade. Na minha carreira cuidei muito da Amazônia, e tive como grande amigo o ministro Jarbas Passarinho, que pode ser seu parente. A nossa independência será obtida com muito trabalho e posso dizer que venho me empenhando muito, como já fiz no passado.

    Paulo Yokota

  3. F. Gainsbourg
    3  escreveu às 12:18 em 29 de junho de 2012:

    Divirjo do colega Osiris pelas seguintes razões:

    I- ao invés de se gastar dinheiro comprando armas, eu prefiro que governo adquira livros e computadores para as nossas crianças e adolescentes;

    II- se os estrangeiros são os que mais pesquisam a Amazônia, não seria por nossa própria culpa?

    III- os brasileiros venderam as citadas empresas para os estrangeiros, pois assim quiseram. Os japoneses colocaram pistolas na cabeça da família Schincariol para que ela vendesse a cervejaria?

    Boa tarde.

    Franklin Gainsbourg

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 21:06 em 29 de junho de 2012:

    Caro Franklin Gainsbourg,

    Obrigado pelos comentários. Se este tipo de processo não estivesse aberto no mundo, a Ambev não teria chegado aonde está, bem como as empresas de suco de laranja, de carnes bovinas, suinas e de frangos. A propria Embraer, como a Vale e a Petrobrás. Ou ainda as privadas como a de cimentos. Mas, penso que precisamos continuar a investir em alta tecnologia para continuarmos competitivos, principalmente no aproveitamento da biodiversidade.

    Paulo Yokota

  5. Euclides Salomão de Almeida
    5  escreveu às 11:39 em 30 de junho de 2012:

    Economista Yokota,
    No seu currículo, o senhor diz que foi presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Deste modo, eu gostaria de saber o que o missivista Osiris Passarinho pretendeu dizer com a frase “ainda bem que o INCRA expulsou a Teijin do Mato Grosos do Sul.”

    Eu só queria fazer mais uma colocação em complemento ao que disse o leitor Gainsbourg. No Valor Econômico e na BBC constam matérias informando que os chineses estão adquirindo dezenas de vinícolas da França. Afinal de contas, será que os investidores da China estão ameaçando os franceses com kung fu para que vendam os seus bens?

    Se eu fosse dono de uma cervejaria (ou farmacêutica, banco etc.) e me oferecessem muito dinheiro, por que não vendê-la? Será que o amigo Osiris não faria o mesmo? Por que os gringos não podem comprar empresas nacionais, se a Vale, a Gerdau etc. estão realizando aquisições “lá fora”?

    Investimentos estrangeiros são importantes para o Brasil, pois geram postos de trabalho, recolhimento de tributos etc. Vamos parar com a infantilidade de achar que os gringos “vão tomar as nossas riquezas” Lembrando que o fim precípuo da atividade empresarial é o lucro. A GM, a Ford, LG etc. não estão fazendo caridade quando constroem fábricas no nosso país. Vieram para ganhar dinheiro, da mesma forma que a Petrobras tenta fazer o mesmo no exterior. Simples assim!

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 23:48 em 30 de junho de 2012:

    Caro Euclides Salomão de Almeida,

    A Teijin tinha uma fazenda de gado em Mato Grosso do Sul, mas foi desapropriada depois da minha gestão que foi de seis anos. Pelo que eu saiba, uma parte desta fazenda, que não estava explorada intensivamente em sua totalidade foi desapropriada. Muitas vezes as desapropriações ocorrem para acomodar a necessidade de assentamentos de pequenos proprietários, e a terra representa somente cerca de 10% do custo (há necessidade de demarcações, assistência técnica, ajuda para a exploração etc. que chegam a representar o restante dos 90%). Lamentavelmente, existem também interferências políticas. O que parece importante é a completa regularização das propriedades, de forma que os empresários se sintam seguros para efetuar investimentos, mesmo que sejam pequenos lotes familiares. Existem muitas situações em que somente existem posses, sem que a documentação esteja completa, e os bancos não financiam se tudo não estiver perfeito.
    Quanto as empresas estrangeiras, desde que elas tragam novas tecnologias e recursos, para criar empregos locais, acho que devemos estimulá-las, como desejamos que grupos brasileiros não encontrem restrições no exterior.

    Paulo Yokota

  7. Júlio Aurélio Cáceres
    7  escreveu às 15:53 em 30 de junho de 2012:

    Leitores (especialmente, o Osiris):

    Sem querer ser grosseiro, mas, OBJETIVAMENTE, o que muda na vida do povo brasileiro se as empresas mencionadas pelo Osiris foram compradas pelos estrangeiros? Alguém sente falta da montadora Gurgel, que faliu? Chega de patriotada sem sentido algum.

    Obs.: o Ásia Comentada é um site brilhante. Aprendo muito com ele.

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 23:37 em 30 de junho de 2012:

    Caro Júlio Aurélio Cáceres,

    Obrigado pelas observações. Precisamos que mais empresas brasileiras tenham competitividade internacional, e estejam presentes em mercados externos, inclusive com produções no exterior. Estamos chegando lá, como também as estrangeiras devem produzir aquí no Brasil.

    Paulo Yokota

  9. wagner jorge alves aguiar
    9  escreveu às 13:52 em 12 de julho de 2012:

    Depois de 11 de setembro de 2001, o mundo mudou, os investimentos em tecnologia bélica são exorbitantes em vários países. Talvez ideologicamente a Russia possa até propagar que esse investimento seja para fins pacíficos, porém, sempre ficarei com um pé atraz com os russos. Afinal de contas,Vladimir Putin anda vendendo armas para financiar a guerra da Síria. Ao contrario do que muitos analistas dizem, a Russia não está com um arsenal do período da bi-polarização.

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 17:09 em 12 de julho de 2012:

    Caro Wagner Jorge Alves Aguiar,

    Obrigado pelo comentário. Mas, será que somente os russos exportam armamentos ?

    Paulo Yokota

  11. wagner jorge alves aguiar
    11  escreveu às 02:38 em 13 de julho de 2012:

    Com certeza não.

  12. Paulo Yokota
    12  escreveu às 06:29 em 13 de julho de 2012:

    Caro Wagner Jorge Alves Aguiar,

    Por mais lamentável que seja, todos os países para serem realmente independentes necessitam de cuidar de sua defesa externa, e até o Brasil vem exportando um pouco de equipamentos militares, que ajudam no desenvolvimento de tecnologias até para fins pacificos.

    Paulo Yokota


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