Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Elevados Investimentos Estrangeiros em Myanmar

27 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

O artigo de Brian P. Klein, ex-representante para o Sudeste Asiático do Escritório Representativo de Comércio dos Estados Unidos e credenciado analista econômico e político, informa que Myanmar, antes conhecido como Birmânia, está recebendo maciços investimentos estrangeiros diretos que chegaram a US$ 20 bilhões em 2011. Os primeiros eram asiáticos, mas nos últimos meses a Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos reabriram seus relacionamentos econômicos com este país.

Myanmar é considerado a última fronteira no Sudeste Asiático e foi mantida isolada pelas barbaridades cometidas pelo Khmer Vermelho e manteve a prêmio Nobel Aung San Suu Kyi para lutar pacificamente contra os militares que a mantiveram em prisão domiciliar por muitos anos. Ela acabou liberada e foi eleita parlamentar e está percorrendo o mundo, até para receber o prêmio Nobel para cuja cerimônia estava impedida de comparecer. Como se trata de um país com uma população próxima de 50 milhões de habitantes, dispondo de muitos recursos naturais, inclusive petróleo e gás, além de preciosos minérios e uma produção de arroz de elevada qualidade. Tudo está provocando uma enxurrada de interesses estrangeiros, numa economia que se manteve estagnada por um longo período e que começa a ser recuperada do seu atraso.

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Aung San Suu Kyi

O artigo de Klein cita outros países asiáticos que também tiveram recentemente um grande influxo de investimentos estrangeiros, que nem sempre beneficiaram o povo, mas somente alguns. A própria Aung San Suu Kyi num encontro recente do Fórum Econômico Mundial realizado em Bancoc, na Tailândia, alertou sobre a necessidade de manter um otimismo cauteloso, pois Myanmar ainda não conta com uma legislação adequada para a proteção dos investimentos estrangeiros, necessitando de diversas reformas fiscais, creditícias, e outras que proporcionem a desejada estabilidade, com benefícios para toda a população. Os primeiros projetos neste sentido estão sendo providenciados.

Evidentemente, estas atenções são indispensáveis nos novos países que estão ingressando na economia globalizada, procurando evitar os excessos de dependências relacionadas com as exportações que flutuam com a economia mundial. O artigo menciona que no caso da experiência de Myanmar tenta-se expandir o seu mercado interno, de forma que sua economia possa se apoiar na melhoria da demanda interna.

Alertam-se para evitar a exagerada dependência das exportações de matérias-primas disponíveis na sua natureza, que podem provocar a chamada “doença holandesa”, fazendo com que outros setores como as indústrias e os serviços não se desenvolvam equilibradamente. Isto é vital para a criação de empregos locais de qualidade, que permitam um desenvolvimento sustentável.

O fato concreto é que muitos países daquela região do mundo, como Myanmar, estão sendo beneficiados com a globalização que está promovendo o seu desenvolvimento. É preciso que países de outras regiões, como da América do Sul e da África, também adotem posicionamentos semelhantes, aproveitando os seus recursos disponíveis que permitam a melhoria do padrão de vida de suas populações.



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