Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades Políticas com os Resquícios do Passado

2 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Angela Merkel, chanceler da Alemanha, vem afirmando que a Comunidade Europeia sabe o que precisa fazer, mas não como ganhar as eleições tomando as medidas necessárias e impopulares. Ralph A. Cossa, presidente do Pacific Forum Center for Strategic International Studies, referindo-se aos problemas entre a Coreia do Sul e o Japão, usa um velho provérbio russo: “Esqueça o passado e perca um olho, ficando preso ao passado é perder os dois” (tradução livre). Ele publicou um artigo no The Diplomat tratando deste difícil assunto, quando se aproxima a eleição presidencial coreana no final deste ano, que dificulta os entendimentos entre estes dois países importantes para os Estados Unidos e estabilidade internacional no Extremo Oriente.

O governo coreano cancelou o acordo firmado entre os dois países assinado em junho último, para a troca de informações de segurança, bem como o prosseguimento do acordo para aquisição e serviços cruzados (Acquisition and Cross-Servicing Agreement) diante dos problemas que ainda restam na Coreia com relação ao Japão, devido às sequelas da Segunda Guerra Mundial. Ainda que do lado japonês este sentimento já tenha sido superado, em grande parte. Até os atores e as novelas coreanas são os mais populares no Japão atual, sendo amplamente utilizados nas publicidades para vendas de produtos no país.

RalphCossa

Ralph A. Cossa, presidente do Pacific Forum Center for Strategic International Studies

Muitos me perguntam se estes problemas relacionados com a Segunda Guerra Mundial ainda existem entre vizinhos asiáticos, principalmente com relação ao Japão. Mesmo admitindo que entre os acadêmicos, políticos e principalmente entre os empresários estes problemas estejam atenuados, há que se admitir que ainda existam segmentos que não conseguem superar os problemas passados, principalmente entre os relacionados com a opinião pública.

Os políticos, segundo o autor do artigo, temem votos contrários quando tratam de problemas delicados, ainda que não representem a maioria da opinião pública. Ele acaba perguntando se os Estados Unidos deveriam tentar uma conciliação, mas a atitude não parece recomendável do ponto de vista de política internacional. Tudo indica que estas questões devem aguardar o término das eleições.

Ainda que estes problemas sejam lamentáveis, fazendo um paralelo com o que acontece no Brasil atual e seus vizinhos, como todas as controvérsias acabaram sendo resolvidas pelos meios diplomáticos, sem conflitos armados, constata-se que restaram poucos problemas internacionais.

Mas, em todos os países, as medidas mais amargas necessitam serem devidamente comunicadas à população com eficiência, pois sempre existem explorações populistas. Isto acaba exigindo lideranças carismáticas ou de estadistas, capazes de comandar a população. O prestígio pessoal do presidente Lula da Silva, como da presidente Dilma Rousseff, colabora neste sentido, mas há de se formular sempre uma política racional.



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