Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grandes Empresas Japonesas Procuram Se Reinventar

21 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: | 2 Comentários »

Procurando mostrar que as empresas que estão alcançando resultados negativos procuram se reinventar, Daisuke Wakabayashi, do The Wall Street Journal, publica um artigo reproduzido em português no Valor Econômico. Ele informa que nos produtos eletrônicos de consumo ninguém está obtendo resultados no Japão, e se voltam para segmentos que devem crescer com a população mais envelhecida, ainda que não abandonem totalmente os que vinham produzindo. É o caso dos equipamentos voltados para a saúde e energia, para o qual estão habilitadas as empresas como a Sharp, Sony, Panasonic e Toshiba, ainda que seus produtos não sejam tão conhecidos da população. Seus clientes são empresas, mas a acirrada concorrência deve continuar a baixar os seus preços também nestes novos mercados.

O jornalista se baseia nas informações prestadas pelo novo presidente do Conselho da Panasonic, Fumio Otsubo, como um dos exemplos. Só no Japão, sete empresas estão voltadas à energia solar, baterias recarregáveis de lítio, e os produtores de câmeras e produtos eletrônicos se voltam para o segmento da saúde, onde alguns dos seus equipamentos já são conhecidos. A economia de energia está no foco e devem ampliar suas atividades para o exterior, como as lâmpadas fluorescentes de LEDs, que consomem menos energia e duram mais.

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Daisuke Wakabayashi, do The Wall Street Journal

A Sony adquiriu uma empresa norte-americana de diagnósticos médicos, Micronics, e a de ciência e tecnologia, iCyt Mission Technology, e dizem que está negociando com a Olympus que já é conhecida no mercado, mas estaria passando por dificuldades financeiras. Mas parece que a Panasonic também está concorrendo no mesmo negócio, interessada nos equipamentos para endoscopias. A Sony parece determinada a aumentar a sua participação nestes equipamentos voltados à saúde.

Segundo informações da Espicom Business Intelligence, o mercado mundial de equipamentos médicos deve estar na ordem de US$ 350 bilhões em 2016, crescendo cerca de 28% das cifras atuais, segundo o artigo citado.

A Toshiba adquiriu a norte-americana Westinghouse para ampliar o setor de energia nuclear, para a qual já fornecia muitos componentes, mas, com os problemas no setor, procuram novas áreas como as baterias recarregáveis e energias renováveis, tendo adquirido a Sanyo para tanto.

A Panasonic procura ampliar o seu fornecimento de baterias para automóveis elétricos, fugindo da área em que os chineses expandiram, como os painéis solares. Ainda que os resultados não tenham sido alcançados até o momento, os seus executivos se mostram otimistas com relação ao futuro, pois as indicações são de que devem crescer.

Outras empresas, como a Sharp, também procuraram ampliar nas áreas de energia renovável, mas enfrentam dificuldades financeiras. Ela também vê o futuro de forma mais otimista neste segmento.

O que parece evidente é que estas empresas procuram novos nichos rentáveis, deixando áreas em que os produtos se tornaram de consumo de massa, proporcionando baixos retornos para todos. Mas como sempre todas elas parecem correr no mesmo sentido, como já aconteceu no passado na economia japonesa. Quando não se obtêm resultados, todos erraram juntos, não restando como culpar os que tomaram estas decisões.


2 Comentários para “Grandes Empresas Japonesas Procuram Se Reinventar”

  1. Carlos Silva
    1  escreveu às 18:38 em 21 de agosto de 2012:

    Doutor Yokota:

    A Sanyo foi comprada pela Panasonic e não pela Toshiba. Incontestavelmente, há um equívoco no seu texto. Abraços.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 19:02 em 21 de agosto de 2012:

    Caro Carlos Silva,

    V. tem razão, houve um engano meu, mas está havendo muitas negociações no Japão, e o setor de baterias de litio onde a Sanyo tinha tecnologia, está contando com uma forte competição, com a ajuda de uma agência governamental daquele país, havendo pressões da Bolívia que conta com ótimas reservas, e dois grandes grupos japoneses que estavam separados, unificaram seus esforços. Vem novidade por aí.

    Paulo Yokota


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