Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Necessidade de Continuidade nos Projetos Sustentáveis

19 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Mesmos que todas as aspirações dos ecologistas não venham sendo atendidas, há que se admitir que a consciência sobre o assunto da sustentabilidade está se ampliando, com avanços em alguns instrumentos, mesmo que metas comuns e globais ainda não estejam sendo aprovadas. Muitos países, como os Estados Unidos e a China, preferem ter liberdade para fixar seus próprios compromissos, que não sejam comuns com os dos demais do resto do mundo. Em que pesem os desaquecimentos econômicos na maioria dos países, os projetos costumam envolver considerações de prazo mais longo, exigindo que se considere a sustentabilidade, como vem ocorrendo na maioria dos casos, pois a opinião pública acaba condicionando as decisões das autoridades, que louvam estas considerações, ainda que tenham dificuldades com ações práticas.

Mahmound Mohhieldin, diretor gerente do grupo Banco Mundial e ex-ministro de investimentos do Egito, publicou um artigo sobre o assunto no Project Syndicate. Ele enfatiza que o avanço do mundo não pode se concentrar somente nas considerações da renda econômica, mas envolver também indicadores da segurança humana e a criação de esperanças para todos prosperarem. Engrossa o grupo que procura ir além das considerações econômicas, mostrando que novos instrumentos estão sendo criados, ainda que as metas ainda não estejam definidas, como ocorreu no Rio + 20.

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Mahmoud Mohieldin

Ele chama a atenção que ainda resta o desafio de alimentar mais de 700 milhões de habitantes em todo o mundo, que existem 20.000 plantas e espécies animais que correm o risco de extinção, e que muitos delas poderiam ser utilizadas na preservação da saúde dos seres humanos. Os oceanos, pouco preservados, podem ser a nova fronteira para produtos que proporcionem qualidade de vida. E o aquecimento global continua comprometendo as costas muito povoadas do mundo.

O crescimento sustentável, segundo autor, tornou-se imperioso. O Waves – Wealth Accounting and Valuation of Ecosystem, foi aprovado por 62 países, mais de 90 empresas privadas e 17 sociedades civis no Rio + 20. O Global Partnership for Oceans promove a aliança de mais de 100 governos e organizações internacionais, e também organizações privadas e sociedades civis.

Existem os chamados Climate Funds, com o Climate Investment Fund, e Global Enviroment Facility, que criou o Green Climate Fund. Nas Nações Unidas, o Millennium Development Goals estabelece o Sustainable Development Goals, com objetivos de baixar a pobreza, melhorar a saúde e a alimentação, expandir a educação e melhorar a igualdade dos sexos e assegurar a sustentabilidade do meio ambiente.

Mais informações e dados sobre a sustentabilidade estão sendo coletadas, considerando aspectos sociais e ambientais, ao lado dos econômicos. Na realidade, os órgãos de promoção do desenvolvimento, como o Banco Mundial, sempre exerceram um papel importante na inovação das ações governamentais, dando suporte para projetos de desenvolvimento, mas exigindo a observação de novos aspectos que nem sempre eram considerados, inclusive pelo governo brasileiro.

Os países que necessitam do suporte de organismos internacionais, apesar das suas burocracias e dificuldades, acabam ficando sujeitos às regras destas entidades, se desejam executar seus grandes projetos. Mesmo com a resistência de setores da administração nacional, acaba-se atuando localmente, pensando de forma global. Apesar de alguns pessimismos, os avanços continuam ocorrendo nas mais variadas frentes.



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