Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Exageros nos Comportamentos Ciclotímicos

3 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Observando-se os comportamentos econômicos nas últimas décadas em todo o mundo, nota-se que os sentimentos exagerados de euforia e depressão estão se acentuando nas suas flutuações. Tudo indica que a melhoria dos meios de comunicação tornou o mundo uma verdadeira aldeia global, onde as informações são transmitidas “on time” por meios como a internet, além dos meios tradicionais de comunicação social como o rádio, os jornais e revistas, a televisão. Dados dos comportamentos virtuais, como os das bolsas de valores, acabam sendo transmitidos instantaneamente por todo o mundo, acentuando os comportamentos chamados de manada. Quando são detectadas algumas tendências altistas, elas acabam sendo exageradas, ao mesmo tempo em que as de baixas também as são, acentuando as flutuações que eram naturais nos mercados de bens.

Depois de um longo período de uma “exuberância” exagerada, beneficiada pela globalização econômica que incorporou amplos segmentos que estavam fora do mercado internacional, os descontroles do setor financeiro propagaram a partir de 2008 um sentimento de crise semelhante ao que se seguiu a crise de 1929, quando muitos abusaram dos modelos econométricos imaginando que todos os riscos poderiam ser calculados. Mesmo com a lenta recuperação que está se processando, há momentos em que as naturais flutuações acabam gerando tendências exageradamente pessimistas, como as que se observam atualmente.

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Imagens da Bolsa de Valores de Nova Iorque

Todos acabam sendo influenciados pelo clima criado em todo o mundo, e de forma exagerada. Ainda que a China mantenha um crescimento expressivo, passando da dependência do mercado externo para a ampliação do seu mercado interno, o Japão já esteja crescendo cerca de 2,5% ao ano, que não é baixo, os Estados Unidos estejam se recuperando, com algumas flutuações, e os mercados emergentes estejam com um razoável comportamento positivo, os empresários estão menos otimistas e os consumidores estão apreensivos.

Este clima não ajuda ninguém, e as recuperações mais difíceis como as dos países europeus acabam ficando mais complexas, ainda que exijam medidas profundas e um prazo razoável para a sua melhoria. Parece que os habitantes de todo o mundo se acostumaram com padrões de melhoria do nível de bem-estar, acima do que estavam produzindo, exigindo ajustes que estão sendo feitos, mas dentro de um clima mais negativo.

Os dados estão mostrando que a maioria dos países já está num penoso processo de recuperação, com flutuações naturais, e num ritmo modesto quando comparado com o que aconteceu nas últimas décadas. Mas, quando observado com uma perspectiva histórica, este ritmo de melhoria já está razoável. Vai exigir trabalho e reformas, ajustamento às novas situações que variam rapidamente, mas todos estes esforços já estão sendo efetuados.

Mesmo um site como o nosso, que procura destacar os aspectos positivos que estão ocorrendo, observando-se os noticiários internacionais, só se localizam projetos modestos, sem grandes programas liderados por estadistas, que parecem estar rareando. Desde que adequadamente, substituições por instituições e organização não seria preocupante, mas parece que o rigor com que está se julgando estes processos passou a ser muito exigente, só reconhecendo as grandes inovações. Mas há uma multidão de iniciativas, que no seu conjunto acabam sendo expressivas.

Parece que todos devemos atentar que não há milagres, e que todos os novos projetos vão exigir muito trabalho, tentando combinar os fatores que podem contribuir na melhoria do padrão de vida da humanidade, que passa ter um crescimento numérico menos exagerado, facilitando os trabalhos que podem contar com a ajuda de instrumentos cada vez mais eficientes. Estamos melhorando.



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