Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Limitações Humanas Dificultam Propósitos Coletivos

16 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Mesmo com fortes disposições coletivas no Vietnã, verifica-se que fraquezas humanas ocorrem até nas sociedades sujeitas a fortes controles. The Economist relata fatos que mancham o cenário positivo geral que prevalece naquele país, mostrando que os seres humanos são propensos a cometer irregularidades difíceis de serem coibidas, mas que os culpados são punidos de forma a não disseminar a impunidade. Como todos sabem, os vietnamitas lutam para construir uma sociedade emergente no Sudeste Asiático, depois de passarem por histórias de guerra que galvanizaram a sua população, mas também lá ocorrem problemas que necessitam ser corrigidos, de forma a não comprometer a sua consolidação. São problemas que têm dificultado alguns países que passaram por períodos de forte controle central, para caminharem por sistemas com maior transparência.

O Vietnã enfrenta também problemas com instituições financeiras, executivos em fuga, prisões, saída de recursos para o exterior, como não tinha ocorrido nos últimos anos. A ponto de correrem boatos da necessidade do FMI para resolver seus problemas. Due Kien é um empresário extravagante que criou o ACB, um dos maiores bancos do país, e está sendo obrigado a deixar os seus negócios acusado de irregularidades, uma má gestão econômica. Quando a economia apresentava rápido crescimento com o ingresso de investimentos estrangeiros, muitos dos seus problemas foram negligenciados. Hoje, o Vietnã enfrenta concorrências na região com a melhoria de Camboja, Indonésia e Mianmar, segundo a revista.

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A confiança dos estrangeiros sobre a evolução futura da economia vietnamita foi comprometida, e os investimentos diretos estrangeiros que ainda são elevados reduziu-se a um terço do que foi no ano anterior. As autoridades locais procuram punir os responsáveis pelas irregularidades, inclusive com prisões. Não somente no setor financeiro, como empresas estatais e um dos maiores estaleiros do país, em muitos casos.

Analistas entendem que muitos destes casos apresentam envolvimento de altas autoridades, no topo do seu Partido Comunista. Parecem dificuldades que costumam ser frequentes em sistemas políticos monopolizados, mas que também ocorrem mesmo nos sistemas democráticos, principalmente emergentes.

Muitos casos de enriquecimento estão ligados aos favores de autoridades, nos mais variadores setores. Mesmo que The Economist tenha uma clara posição ideológica, os indícios são de que sociedades que dependem fortemente do setor público acabam permitindo estes favorecimentos.

Como se trata de um povo aguerrido que procura superar as dificuldades passadas, espera-se que caminhe rapidamente por correções, aumentando a sua transparência, com a acirrada concorrência de pequenas e médias empresas. Deve-se reconhecer que é uma evolução sempre difícil, qualquer que seja o sistema econômico adotado.



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