Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mario Draghi do BCE Conseguindo a Estabilidade Europeia

17 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Desde julho Mario Draghi, o novo presidente do BCE – Banco Central Europeu, com uma política dura está conseguindo salvar o euro das 17 nações europeias, apreciado com relação as demais moedas relevantes no mundo. O custo para a proteção contra o default está o mais baixo dos últimos 15 meses, e a confiança nos bancos da região fez com que suas ações subissem 33% desde junho, segundo o artigo publicado no site da Bloomberg por John Detrixhe, Liz Capo McCormick e Allison Bennett.

Ele já tinha uma fama de elevada competência, conquistada na direção do Banco da Itália, o banco central daquele país, que está sendo confirmada por acadêmicos e operadores do mercado financeiro. Até agora o BCE não teve que desembolsar nada, conseguindo o que os políticos não tinham conseguido, transferindo a responsabilidade às entidades políticas.

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                                                                Mario Draghi

Ele está conseguindo que até o dólar norte-americano venha a se enfraquecer, dentro da política chamada de “quantitative easing”, ou seja, o aumento de sua circulação comprando cerca de US$ 40 bilhões de bonds correspondente a créditos imobiliários. Isto provoca a valorização de outras moedas, inclusive o real do Brasil, e as autoridades brasileiras precisam tomar medidas para neutralizar o ingresso exagerado de dólar.

Ainda não é possível afirmar-se que os países europeus e o euro estejam salvos, mas todas as indicações do mercado financeiro indicam a sua tendência de melhora. Como ele substituiu o conhecido francês Jean-Claude Trichet que ao comprar títulos dos países europeus vinha aprofundando a crise nos últimos três anos.

É evidente que para contar com a garantia do BCE, os países membros da Comunidade Europeia estão sendo obrigados a adotar uma política fiscal austera. Isto provoca protestos populares em muitos países, mas para se sair da atual crise não resta alternativa, ainda que não seja popular.

Angela Merkel, da Alemanha, ganhou um aliado competente, ainda que tenha conseguido a autorização do seu legislativo que eventualmente os recursos geridos pelo BCE pudessem socorrer os países europeus, dando a contribuição alemã para o restabelecimento da Europa.

Mesmo que o quadro geral no mundo continue difícil, o que se pode afirmar é que com muita paciência e inteligência as medidas necessárias estão sendo tomadas, mesmo com a oposição de muitos políticos mais populistas.

O próprio François Hollande, da França, que foi eleito como opositor teve que adotar uma política extremamente austera para contribuir com a recuperação do seu país, que certamente continua sendo um dos mais importantes da Comunidade Europeia.

O que parece estar ficando claro é que não se pode continuar consumindo com o endividamento, e a economia acaba exigindo medidas duras, ainda que impopulares, sem as quais não existe possibilidade de recuperação, mesmo com a multiplicação de manifestações públicas.



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