Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tsunami Monetário Criticado pelo Brasil

27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei reconhece o que foi denunciado pela presidente Dilma Rousseff no seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, e repetidas vezes pelo ministro Guido Mantega como uma “guerra cambial”, está ocorrendo, com crescentes pressões para maiores “Competitive Easing”, diante da valorização do iene perante o dólar norte-americano. Aliás, o artigo faz menção direta ao ministro Guido Mantega sobre o “currency war”.

Todos sabem que os Estados Unidos, desde o episódio da quebra do Lehman Brothers em 2008, vêm provocando o “quantitative easing”, também conhecido por alguns como “monetary easing”, que nada mais é que o aumento dos meios de pagamentos, facilitando o aumento dos empréstimos dos bancos. Acontece que isto acaba provocando um aumento do fluxo de recursos para economias consideradas seguras, como a brasileira, provocando a valorização de suas moedas, fazendo com que os seus produtos fiquem com menor capacidade de competição no mercado internacional. Dificultam as exportações e aumentam as importações e os gastos de turismo no exterior.

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Gráfico publicado no Jornal Nikkei

A medida visaria o estímulo ao aumento da demanda nos Estados Unidos ao qual o setor produtivo deveria responder, o que só vem ocorrendo parcialmente. A falta de confiança do setor produtivo a um aumento contínuo da demanda faz com que eles mantenham trilhões de dólares como ativos financeiros, parte aplicada em títulos do próprio Tesouro americano, e parte que vão para os países que apresentam juros mais elevados, ao mesmo tempo em que seus riscos são considerados baixos.

Como isto vem ocorrendo em diversas ondas, e transmitindo este procedimento para a Europa e o Japão, acaba ocorrendo uma guerra cambial entre o dólar, o euro e o iene. E os países que procuram se defender desta guerra cambial, aumentando a tributação de suas importações, como o Brasil, acabam sendo acusados de “protecionismo”, como denunciou a presidente Dilma Rousseff.

O importante é que o artigo do Nikkei informa que existe uma divergência dentro do próprio Bank of Japan, que é o Banco Central do Japão, sobre esta política. Apesar das volumosas injeções de ienes, até os japoneses não conseguem manter o valor de sua moeda, acabando por exigir injeções adicionais, mesmo que tenham limites para tanto.

Isto acaba provocando esta “guerra” que acaba prejudicando terceiros países, sem que as economias dos Estados Unidos, da Europa e do Japão sejam estimuladas. Como sugeriu a presidente Dilma Rousseff, há que se proporem outras medidas que não produzam estes inconvenientes.



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