Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dados Sobre o Atual Baixo Crescimento Brasileiro

22 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Samuel Pessoa, competente economista da FGV – Fundação Getúlio Vargas, publicou neste fim de semana na Folha de S.Paulo um artigo agrupando alguns dados de crescimento econômico, dividindo por períodos entre 1994 a 2002, 2002 a 2010 e 2011 a 2012, relativos à América Latina e alguns países da região. Ele se baseia nos dados divulgados pelo FMI – Fundo Monetário Internacional e enfatiza que o Brasil está registrando um crescimento recente abaixo dos seus vizinhos, e que o assunto deverá ser analisado com profundidade no futuro próximo.

Estes dados são difíceis de serem contestados, mas parece que a ligação direta com a política econômica adotada nestes períodos parece apresentar dificuldades. Neste período, com todos os pesares, houve uma mudança significativa nos segmentos da população brasileira que ascenderam economicamente, com uma boa melhoria na distribuição de renda pessoal e regional que sempre foi precária, e continua abaixo do desejável. O Brasil consolidou a sua democracia, o que ainda apresenta dificuldades em muitos países vizinhos, que perseguem caminhos semelhantes.

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Samuel Pessoa, da FGV

É verdade que o comportamento da América Latina é influenciado pelo que acontece no Brasil, bem como os efeitos da política econômica adotada por determinados governos extravasam os períodos dos seus mandatos, deixando consequências de prazo mais longo. Tudo indica que a baixa prioridade dada à política de exportação, com a manipulação exagerada do câmbio, deixou sequelas, ainda que os preços internacionais de algumas commodities tenham disfarçado os problemas.

Difícil imaginar que a melhoria da distribuição de renda tenha contribuído para a consolidação da economia a longo prazo, principalmente quando o cenário internacional ainda apresenta problemas que precisam ser contornados pela expansão do mercado interno.

É evidente que estes dados gerais podem mascarar muitos problemas que estão ocorrendo, mesmo admitindo que o crescimento brasileiro pudesse ser mais vigoroso, principalmente quando se considera as limitações que todos os vizinhos latino-americanos também enfrentam.

Também alguns crescimentos observados somente nos últimos dois anos não podem ser tomados como uma tendência de longo prazo, principalmente para economias de menor porte. Há que se considerar, no caso brasileiro, que já está havendo uma aceleração maior da economia no segundo semestre deste ano, que deverá se prolongar pelo próximo ano.

De qualquer forma, análises mais profundas seriam recomendáveis, pois a impressão geral é que a economia brasileira poderia contar com um crescimento mais acelerado, mesmo objetivando simultaneamente outros objetivos.



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