Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Políticas Monetárias Ineficientes no Mundo

5 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Joseph E. Stiglitz é prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia, e seus artigos merecem atenção, como o último publicado no Project Syndicate. Ele informa que o FED – Banco Central dos Estados Unidos, bem como o ECB – Banco Central Europeu, ao que poderia ser adicionado o BOJ – Banco Central do Japão, estão tomando pela terceira vez novas medidas do chamado “quantitative easing” – aumento dos meios de pagamento, visando o aquecimento das suas econômicas, sem conseguirem resultados expressivos. Muitos criticam que isto apresenta riscos inflacionários e aumento das despesas dos governos. Mas ele entende que estes riscos não existem, pois há uma grande capacidade ociosa no mundo atual.

Ele entende que eles estão enviando três mensagens: que as medidas anteriores não deram resultado; as taxas de juros continuarão baixas por muito tempo, possivelmente até meados de 2015; e que o mercado é incapaz de recuperar o emprego por si próprio, necessitando de medidas governamentais. O que ele acha é que se tornam necessários estímulos fiscais, quando estão tomando medidas de austeridade adicionais.

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Joseph E. Stiglitz

Stiglitz explica que nos tradicionais modelos econômicos o aumento da liquidez resulta em mais empréstimos para os investidores e para os consumidores, o que deveria provocar o aumento do emprego. Mas, vendo a Espanha, nota-se que este aumento de liquidez provocou uma fuga de capitais para o exterior.

Nos Estados Unidos, as últimas administrações estão injetando bilhões de dólares, inclusive para auxiliar o sistema financeiro. Mas as garantias para os empréstimos podem contar com os imóveis, que não estão com seus preços se elevando. Os excessos de recursos disponíveis vão para a compra de títulos públicos ou provocam a desvalorização do dólar, que está provocando uma guerra cambial. A ajuda na criação do emprego tem sido pequena.

Na Europa, o auxílio para empréstimos aos países está sendo condicionado à austeridade fiscal, o que faz com que muitos países tendam a resistir. Segundo Stiglitz, o risco continua sendo que os políticos e o mercado continuem acreditando que a política monetária pode reativar a economia, o que desvia a atenção das medidas fiscais expansionistas. Seria interessante que os líderes acordem o mais rapidamente possível.



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