Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Empresas Japonesas Procuram o Mercado Externo

13 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 4 Comentários »

Um artigo publicado pelo site do Nikkei relata a experiência de algumas empresas japonesas que estão lançando seus produtos, novos ou antigos remodelados, atendendo uma demanda que existe no exterior, adaptando aos seus hábitos. Por exemplo, o chá verde com o nome Oi Ocha da Ito En tornou-se uma bebida popular nos escritórios do Vale do Silício, nos Estados Unidos, tendo a qualidade de ser saudável e sem açúcar, como é consumido na forma de refrigerante no Japão. Nada mais refrescante, sendo recomendado para a preservação da saúde, evitando-se adoçantes naturais ou artificiais.

O artigo informa que a Yahoo adquiriu mil pacotes com 12 garrafas cada para seus funcionários no escritório, que contam com geladeiras exclusivas para o Oi Ito En Ocha. Outras empresas também já fornecem o produto nas reuniões de suas equipes. Os consumidores norte-americanos preferiam refrigerantes com açúcar, mas a Oi Ito preferiu insistir nos seus produtos que não contêm nenhuma caloria. Como existe hoje uma preocupação com o excesso de consumo de açúcar, para uma população que enfrenta problemas de obesidade, tudo indica que a aposta teve sucesso.

Inicialmente, foram fornecidos estes produtos sem nenhum compromisso, mas a paixão por eles foi ganhando terreno. Também estão sendo utilizadas formas de divulgação e venda pelo Facebook, mas parece que o boca-a-boca tem conquistado mais adeptos. Esta empresa japonesa já trabalha há dez anos na Califórnia, mas parece que as redes sociais estão prestando um grande serviço.

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Alguns produtos que já tinham desaparecido no Japão estão encontrando novos espaços no exterior, segundo o artigo. Hoje, a Walt Disney planeja transmitir uma animação em 3-D, em língua inglesa, visando o mercado dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e outros países de língua inglesa neste outono do hemisfério norte. Cerca de 20 produtores de vestuários e varejistas já assinaram acordos de licenciamento com a empresa japonesa.

As antigas câmeras de fotografia instantânea estão voltando a ser o “must” do mercado. A Fujifilm que lançou o Mini Cheki que está se tornando popular na China e na Coreia, principalmente entre os jovens nos eventos como casamentos e outros assemelhados. Fornece imediatamente uma copia da foto tirada.

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Celebridades estão sendo utilizadas para a divulgação do produto nos seus casamentos, e os antigos concorrentes também estão voltando ao mercado com produtos similares. A Fujifilm conseguiu em 2010 dobrar suas vendas que atendem 90% do mercado, e pretendem neste ano fiscal um novo aumento de 25%.

Produtos como o shoyu da Kikkoman com as devidas explicações e o boom de consumo dos alimentos japoneses estão conseguindo competir com os produtos locais, ainda que tenha demandado algum tempo.


4 Comentários para “Empresas Japonesas Procuram o Mercado Externo”

  1. juliano
    1  escreveu às 03:31 em 15 de novembro de 2012:

    Se a economia japonesa está tão ruim assim por que o yen não para de subir prejudicando exportação do Japão?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:17 em 15 de novembro de 2012:

    Caro Juliano,

    A economia japonesa não apresenta mais um aumento de sua população, que está envelhecendo e diminuindo de tamanho e o seu mercado interno depende muito da demanda de produtos de luxo. O câmbio depende de muitos fatores, não somente da exportação, mas alguns países contam com fluxos de recursos vindos do exterior que dependem da segurança. O Japão está se tornando um país exportador de poupanças que é alto, e seus investimentos no exterior proporcionam rendimentos que retornam ao país. Existe também um fluxo de turistas que admiram a cultura e a forma de comportamento do povo japonês.

    Paulo Yokota

  3. Charles Botelho de Souza
    3  escreveu às 17:23 em 17 de novembro de 2012:

    Paulo, gostei do seu artigo e, realmente, noto mudanças nos grupos japoneses. Recentemente, a Unicharm anunciou a construção de fábrica em Jaguariúna. Quem diria que uma fabricante de fraldas se interessaria pelo Brasil? Antes, só empresas como montadoras ou fabricantes de eletrodomésticos.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 08:42 em 19 de novembro de 2012:

    Caro Charles Botelho de Souza,

    Obrigado pelo comentário. Os japoneses estão encontrando dificuldades na Ásia, como na China. Procuram ampliar suas atividades no resto do mundo, notadamente nos países emergentes. Muitas pequenas e médias empresas japonesas também o fazem. Muitos pequenos empreendimentos japoneses podem aumentar no Brasil, mas os empresários japoneses estão assustados com o que estão acontecendo na economia mundial.

    Paulo Yokota


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