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Notícias Alvissareiras no Mar de Dificuldades

17 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

A região comercial em torno da Rua 25 de Março em São Paulo já está sendo invadida por multidão de consumidores. Antes conhecida como proximidades do Mercado Municipal, vem se destacando há muitas décadas, passando por transformações não planejadas, por iniciativa de milhares de comerciantes que captam as mudanças que estão ocorrendo no consumo. Era uma região eminentemente atacadista, com predominância de pequenos e médios empresários, principalmente os de origem árabe, famosos pelas suas habilidades nos negócios. Passou a incorporar consumidores que procuram bons preços e novos produtos, notadamente nas proximidades de algumas festividades. Tornou-se hoje uma complexa mistura de consumidores e intermediários de todos os tipos, vindos de todas as partes do país, inclusive do exterior.

Muitas sacoleiras fazem suas compras na região para levar seus produtos para todos os recantos do Brasil para serem revendidos, como uma substituição dos antigos mascates e caixeiros viajantes. O que está se observando é que os consumidores brasileiros, conhecidos como aqueles que faziam as suas compras na última hora, estão mostrando que aproveitam algumas sequências de feriados, como neste fim de semana, para anteciparem também suas compras de Natal. O movimento da região é assustador, como poucas em qualquer parte do mundo, havendo necessidade de verdadeiras batalhas para entrar nos estabelecimentos comerciais para adquirirem as pechinchas que estão sendo oferecidas.

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A Rua 25 de Março atrai multidão de consumidores, principalmente nos feriados

As dificuldades começam no trânsito para a região, desde a madrugada que já conta com um tipo de comércio de atacado. Os poucos estacionamentos da proximidade cobram tarifas que superam os das regiões mais luxuosas de São Paulo. O empurra-empurra começa nas ruas que dão acesso à 25 de Março, onde convivem todos os tipos de comércio, inclusive de ambulantes, muitos empregados dos estabelecimentos comerciais.

Muitos dos produtos que são comercializados nesta região não são autênticos, nem todos os tributos são pagos adequadamente, e alguns são de qualidade duvidosa. No entanto, é inegável que os preços são atrativos, considerando os similares que podem ser encontrados em outras regiões.

Muitas atividades se confundem com os que hoje já estão interligados com o também tradicional Bom Retiro, antes de predominância de comerciantes de origem judaica, hoje dominado pelos de origem coreana, onde roupas de boa qualidade podem ser encontradas. Passando pelas regiões que eram consideradas de domínio de produtos voltados para as noivas em torno da Rua São Caetano, este tipo de comércio estende-se por variados produtos até a região do Brás. Há uma área intermediária ligada aos produtos voltados para os restaurantes e bares em torno da Rua Paula Souza, até se confundir com os das regiões da 25 de março. Há ainda do outro lado do Mercado Municipal uma região de predominância do atacado de produtos alimentícios, inclusive importados.

Este tipo de comércio é extremamente dinâmico, acompanhando rapidamente as mudanças que vão ocorrendo com o lançamento de muitos produtos. Praticamente, todos os tipos de necessidades acabam sendo atendidos apresentando também produtos de qualidade por preços sempre convenientes. Os consumidores e os intermediários revelam a sua agilidade, localizando os estabelecimentos que atendem melhor os seus desejos.

Mesmo comparados com outras regiões das grandes metrópoles do mundo famosas pelo seu comércio, como Istambul, Xangai e muitos outros, é difícil encontrar algo semelhante. Um observador atento levaria semanas para conhecer parte de suas características, que absorveram conhecimentos de árabes, judeus, coreanos, chineses, italianos, portugueses e outros povos, mostrando que o Brasil é realmente a miscigenação de etnias e culturas, inclusive comerciais.



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