Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Italiana Barilla Visa o Mercado Chinês

18 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado no Financial Times foi republicado no Valor Econômico, em português, informando que a conhecida produtora de massas Barilla está se ajustando às mudanças ocorridas no mundo. Informa-se que suas 42 fábricas que vendem seus produtos em cem países, 85% nos países da Europa e Estados Unidos, que estão com um crescimento econômico modesto, preparam-se, com as pesquisas que está efetuando, para introduzir seus produtos na China que sejam utilizáveis nos woks. Certamente seria um produto semelhante ao lamen utilizado pelos chineses que possa ser utilizado nas frigideiras tipo wok, apreciados em todo o mundo, notadamente na Ásia.

O grupo dispõe de um centro de pesquisas no norte da Itália, e continua fazendo investimentos, pois se trata de uma organização familiar, apesar da crise que abala aquele país e toda a Europa. Ele tinha ingressado no mercado de panificação, biscoitos e tortas, adquirindo uma empresa alemã, onde sofreu prejuízos e agora se concentra novamente nas massas. Entende que, com a atual crise econômica, os consumidores procuram produtos de baixo custo, fáceis de serem preparados, como é o caso das massas.

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O grupo entende que as massas são ecológicas, pois exigem menos energia para serem preparadas, e deve focar seus negócios nas mesmas e nos molhos utilizados. Também o Brasil está no radar, pois entende que, com o aumento da obesidade no país, a tendência é a redução do consumo de carnes. Ele imagina que a dieta mediterrânea é mais saudável, e o molho seria produzido na Itália, perto de Parma.

O Valor Econômico publica outro artigo paralelo informando que o mercado de massas no Brasil cresce 3%, e que o país seria o terceiro mercado no mundo, depois dos Estados Unidos e da Itália, segundo informações da Abima – Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias, Pão e Bolo Industrializado. A informação parece incompleta, pois certamente a China deve ser a maior consumidora, seguida do Japão, com produtos como o lamen, o udon e o soba, que diferem ligeiramente das massas tipo italianas.

Segundo estas informações, o consumo per capita no Brasil estaria em 17º no mundo, com 6,2 quilos anuais por habitante. O que se nota é que também este setor está se globalizando, havendo que se ajustar a produção brasileira, utilizando outras matérias-primas que não o trigo, principalmente do tipo duro, totalmente importado.

No fundo, a crise que está afetando o mundo exige reformulações mesmo das grandes empresas tradicionais no mercado, o que deve acontecer também no Brasil.



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