Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desenvolvimento é um Processo de Superação de Problemas

14 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

As informações sobre a evolução demográfica estão entre os indicadores mais estáveis e seguros sobre o desenvolvimento econômico e social que se processa num país. Os dados censitários e as demais informações estatísticas disponíveis no Brasil surpreendem pelas melhorias sensíveis que estão ocorrendo recentemente, fazendo com que em 2011 a expectativa de vida ao nascer dos homens brasileiros ao nascer fosse de 70,6 anos e das mulheres de 77,7 anos, aproximando-se rapidamente dos mais elevados no mundo. Estes dados foram divulgados num artigo do UOL em fins de novembro último, com base nos dados do IBGE, órgão oficial de estatísticas no Brasil. No Japão, para este ano de 2012, estima-se a mesma expectativa ao nascer em 80,57 anos para os homens e 87,84 anos para as mulheres, mostrando que ainda há uma grande distância entre os dois países.

Um dos fatores que vem melhorando sensivelmente é a taxa de mortalidade infantil, que é calculada com as mortes até um ano de vida, que era de 19,4 óbitos em 2010 e já baixou para 16,1 em 2011, segundo um artigo publicado pela UOL com base nos dados fornecidos pelo IBGE. Entre os fatores que influenciam nestas melhoras estão os relacionados com os avanços nos serviços sanitários, principalmente no fornecimento de água potável, além dos serviços de saúde que se tornam disponíveis nas áreas menos desenvolvidas do país.

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Nos dados censitários, o que se observa é um aumento do percentual de idosos, assim consideradas as populações com mais de 60 anos. Em 1960, era de 4,7% da população total, 8,5% em 2000 e em 2010 chegou a 10,8%, um dos aumentos mais impressionantes no mundo. Eles costumam estar associados às melhorias gerais que se observam no país, sendo utilizados como indicações do desenvolvimento que se processa na sua economia. Mas também geram problemas, como o aumento dos aposentados que necessitam ser sustentados pelas populações em idade útil, que costuma envolver os que se encontram entre 15 a 60 anos. A pirâmide populacional vem se alterando, provocando um aumento dos idosos e a redução relativa dos que estão na faixa até os 10 anos, diante da redução da taxa de natalidade.

Ainda que estes dados sejam alvissareiros, observando-se países como o Japão, que conta com expressivas camadas de populações idosas, verifica-se que surgem outros problemas a serem enfrentados. Este site já postou os problemas dos idosos que contam com residências espaçosas, quando contavam com mais membros da família mais novos, não sendo fácil mudar para imóveis menores.

No Japão, um artigo publicado no site do jornal Nikkei informa que estão surgindo sistemas para alugar estas residências mais espaçosas substituindo por outras menores, mesmo com todas as suas dificuldades, utilizando as diferenças como complementos das aposentadorias que sempre são baixas. Como as localizações de novos inquilinos não são rápidas, uma parcela acaba sendo destinada para uma espécie de seguro. Muitos idosos procuram regiões do Japão onde os serviços para eles são mais adequadas.

No Brasil, os imóveis alugados acabam exigindo reformas custosas após um período, o que não é fácil de serem contornadas. As precariedades dos serviços sociais públicos exigem, em muitos casos, que algumas sejam arcadas pelas famílias. Sempre é conveniente que sejam constituídas reservas para tanto, o que nem sempre é possível.

Portanto, ainda que estes dados demográficos sejam indicadores de melhoria, é preciso considerar que novas necessidades acabam surgindo, e na medida do possível precisam ser previstos pelas autoridades como pelas famílias.



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