Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suplemento do Valor Econômico Sobre Cenários Para 2013

20 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

No panorama geral que se pretendeu, ousadamente, descrever o que pode acontecer em 2013, os depoimentos refletem o que seria de se esperar: autoridades sempre mais otimistas, empresários mais realistas, mas cautelosos, analistas financeiros e acadêmicos mais críticos. Constam do suplemento especial sobre os cenários para 2013, publicado pelo Valor Econômico, com depoimentos de brasileiros e estrangeiros. Ainda que o futuro seja sempre incerto e depender do que vai ser feito, todos desejam traçar um cenário que poderiam orientar suas atividades, o que seria sempre uma ousadia.

Por mais pragmáticos que os depoimentos sejam, basta olhar o que aconteceu neste 2012, que surpreendeu a todos com mais dificuldades que seriam previsíveis. A recuperação europeia está sendo mais problemática, os Estados Unidos conseguem alguns resultados prejudicando outros parceiros, a Ásia sofre uma ligeira desaceleração, e o resto do mundo, inclusive o Brasil, sofre com o cenário internacional que ocorreu.

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José Roberto Ermírio de Moraes é o atual comandante do grupo Votorantin, e como bom empresário bastante treinado precisa ter uma concepção de um líder, capaz de orientar todos os seus subordinados, de diretores a simples funcionários. É da natureza dos empresários terem a coragem de traçar cenários que serão perseguidos, acreditando no futuro.

O mesmo acontece com Roberto Rodrigues, que sempre esteve ligado ao setor agropecuário, que melhor se comporta na economia brasileira, ainda que tenha sido autoridade, e também tenha atividades acadêmicas. Reconhece que o seu setor está em melhores condições, mas as margens estarão mais baixas do que as desejadas, como é comum em todos que tomam riscos.

Guido Mantega continua sendo o ministro da Fazenda, o principal responsável pela política econômica, e não tem alternativa do que manter-se mais otimista que os demais. É verdade que depende fortemente não só da presidente Dilma Rousseff como do resto do mundo, e conta com uma equipe governamental que poderia apresentar uma qualificação maior, notadamente no que se refere à gestão. Todos sabem que as autoridades fazem o que podem, não o que querem, mas a galvanização dos demais segmentos políticos poderiam sofrer aperfeiçoamentos, pois denotam desgastes acima dos necessários.

Os demais analistas, ainda que todos muito competentes, só possuem as responsabilidades de manter suas credibilidades, e costumam ser cautelosos, fazendo os seus hedges, ou seja, ressalvas sobre possíveis erros que não possuem a capacidade de prever.

O quadro mundial ainda está cercado de incertezas, ainda que todos estejam se desdobrando para superar as suas dificuldades, sempre com o risco de novos acidentes ocorrerem ao longo do próximo ano, mesmo que todos estejam tentando fazer o melhor que podem, dentro das limitações existentes. Os resultados recentes têm sido abaixo do esperado, mostrando que as dificuldades são mais profundas que as esperadas, e existem segmentos que resistem às mudanças necessárias.

Mas, como todos são dotados no mínimo do instinto de sobrevivência, é de se acreditar que se empenhem por melhores resultados. Até o Corinthians acabou mostrando que é possível obter resultados com empenhos coletivos, mesmo em quadro mais adversos. Precisamos aprender, entre outros, com os esportistas.



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