Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Antiguidades Chinesas Saqueadas Pelo Ocidente

6 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Lamentavelmente muitos tesouros nacionais de países antigos foram saqueados durantes as guerras do passado, tanto na forma de espólios oficiais, como verdadeiros roubos praticados por soldados e forças de ocupação, até de forma particular. O Egito, a Grécia, a China e a Índia, que contavam com expressivos acervos históricos de elevada qualidade, sofreram grandes saques, e alguns destes objetos estão sendo leiloados no Ocidente, ou fazem parte dos acervos dos museus mais conhecidos. Melina Mercouri, a famosa atriz grega, quando ministra da Cultura da Grécia, iniciou movimentos para a devolução de algumas peças mais famosas levadas do seu país. Existem também peças dos antigos maias, astecas e incas que estão nos museus internacionais, além de inúmeras pedras preciosas e objetos de ouro de altíssimo valor, inclusive do Brasil, que ornamentam muitas coroas e joias de casas imperiais europeias.

As autoridades chinesas estão pressionando as famosas casas internacionais de leilão, quando elas apresentam estas peças para disputas que alcançam milhões de dólares. Muitos milionários chineses estão obtendo acervos importantes que estão retornando inclusive para a China, com seus valores astronômicos. Oficialmente, a Unesco estima que somente em 200 museus espalhados pelo mundo existem 1,67 milhões de peças da antiguidade chinesa, de alto valor e importância histórica.

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Tesouros chineses que foram supostamente saqueados vão a leilão

O jornal O Estado de S.Paulo publicou no final do ano passado um artigo elaborado Jamil Chade, correspondente em Genebra sobre o assunto. Informa-se que em alguns leilões aparecem chineses fazendo suas ofertas, e depois são identificados como autoridades chinesas que se recusam a efetivar os depósitos necessários, ingressando em juízo, com alguns casos de sucesso. Existem peças que apresentam inscrições que foram saqueadas de museus chineses, apostos por soldados estrangeiros.

Quem conhece os principais museus do mundo com o Louvre em Paris, o Metropolitan em Nova Iorque, e o National Gallery em Londres sabem que o grosso do que está exposto foram peças saqueadas durante o período colonial, e agora os países de onde se originaram estão requerendo as voltas de muitos, pois não foram doadas ou compradas legalmente.

Estes patrimônios nacionais, como os as obras da Cidade Proibida de Pequim, saqueadas durante a guerra do Ópio, representam as páginas mais negras da história da humanidade. Como os saques que os franceses efetuaram no Egito, transferindo para a França parcelas importantes dos patrimônios nacionais daquele país, inclusive monumentos públicos que estão hoje nas praças de Paris. Estas questões demandarão ainda muitas negociações políticas e questões judiciais por um longo espaço de tempo.

Da atual América Latina, existem muitos tesouros que foram transferidos para a Europa de forma duvidosa. Ainda que realisticamente somente parte das mesmas possa ser devolvida, parece que estão maduras as condições para começar pensar sobre o assunto, pois muitos dos nossos patrimônios não estão por aqui, inclusive do Brasil. Encontram-se mais cerâmicas marajoaras nos museus estrangeiros do que no país. Parece relevante começar um movimento para a preservação da história artística do Brasil.



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