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Notícias Invejadas Pelos Brasileiros de Podas de Árvores

23 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Ainda que o Brasil seja um país com um número muito elevado de árvores de todas as espécies, não se ouve falar muito das suas podas. As poucas árvores plantadas em alguns bairros como os Jardins em São Paulo estão literalmente abandonadas até que acabem tombando num temporal ou provoquem curto-circuitos e outros desastres. Muitas delas estão atacadas por pragas, como os cupins, sem merecerem qualquer atenção. No passado distante, havia podas sistemáticas que foram descartadas, possivelmente diante dos seus custos, só se efetuando em casos de emergência.

Uma notícia publicada no The Japan Times, elaborado por Winfred Bird, dá conta de um intercâmbio entre japoneses e ingleses, pois cerca de 2.000 trabalhadores florestais do Japão acabam mortos ou sofreram acidentes nos seus trabalhos em 2011. Tudo indica que os japoneses são bons podadores, técnicas desenvolvidas nos bonsais, porém suas experiências de escalada das árvores precisam ser aprimoradas com a ajuda dos ingleses, como foi feito numa jornada que contou com a participação do especialista inglês de nome Robert Knott. O artigo dá notícia que está se desenvolvendo no Japão uma especialidade chamada de “médico das árvores”, profissão regulamentada há 22 anos, no qual se destaca Jiro Yoshimi, de 47 anos, que vem adotando também uma técnica de alpinista para a poda.

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Jiro Yoshimi é médico de árvores e o especialista inglês Robert Knott. Fotos: The Japan Times

Visitando os jardins públicos no exterior, é possível notar que as árvores são bem tratadas, com podas regulares. No Japão, muitos pinheiros chamados de matsu adquirem formas como os dos bonsais, sendo protegidos durante o período de inverno. As árvores são tratadas como deuses, possivelmente por inspiração do xintoísmo, que promove um profundo respeito pela natureza.

Lamentavelmente, no Brasil ainda são deixados ao deus dará, e acabam se desenvolvendo indisciplinadamente, com muitas raízes danificando os asfaltos ou as calçadas, com seus galhos afetando a fiação elétrica e telefônica, provocando constantes interrupções dos fornecimentos destes serviços, além de outros inconvenientes como a dificuldade no tráfego, quando não afetam algumas construções.

Estes constantes prejuízos parecem recomendar uma legislação mínima para a regulamentação do tratamento destas árvores, que em alguns bairros estão infectados de várias pragas, com destaque para os cupins que acabam se espalhando por outros lugares.

Pelo que está no artigo, os ingleses acabaram desenvolvendo uma técnica para a escalada das árvores mais frondosas, que não podem ser prejudicadas. Em inglês, o artigo pode ser acessado pelo: http://www.japantimes.co.jp/text/fl20130120x1.html com o título “Zen and the cross-cultural art of tree-climbing”.



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