Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Um Otimismo Que Não se Consegue Abater

1 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O brasileiro é essencialmente um otimista, uma qualidade rara no mundo atual. Apesar do constante bombardeiro da opinião de analistas econômicos, notadamente os envolvidos com o sistema financeiro, a pesquisa da Datafolha publicada neste início do ano na Folha de S.Paulo mostra que a população continua otimista com as expectativas da economia no Brasil, segundo artigo da jornalista Patrícia Campos Mello. Os dados foram levantados em meados de dezembro último em 160 municípios brasileiros, e 44% dos pesquisados indicaram que a situação vai melhorar, e outros 38% que ela vai se manter. Somente 13% estão com a expectativa de piora. Não adianta brigar com estes dados.

Entre outras coisas, isto indica que as análises econômicas publicadas ou divulgadas pouco atingem a população, que se baseiam mais nos fatos que a cerca mais diretamente que nos dados que são divulgados. A pesquisa foi bastante ampla, com 2.588 entrevistados, e a Datafolha costuma ser cuidadosa na elaboração da amostragem, e a margem de erro é somente de 2%, não afetando os resultados. Esta tendência vem se mantendo desde fins de 2009, portanto, há três anos. Todos os gráficos estão na página A11 da edição de 1º de janeiro.

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Consumidores invadem a Rua 25 de Março, em Sáo Paulo, nas compras de final de 2012

Diariamente, os analistas das rádios, televisões e jornais bombardeiam a população com notícias e opiniões negativas, falando das dificuldades que certamente existem. Mas não conseguem abater a grande maioria da população brasileira, como mostram os dados da pesquisa.

Este otimismo ajuda na melhoria da atividade econômica, mesmo que todos desejem que as dificuldades fossem menores. 57% dos entrevistados apresentam situações pessoais de expectativas otimistas, com 31% na mesma situação, somente com 8% piorando. Mesmo no que se refere à inflação, a expectativa de aumento é de 44% dos entrevistados, sendo 37% de manutenção da atual situação.

No que se refere ao desemprego, existe uma expectativa de melhora, estabilidade e piora agrupada entre os percentuais de 33% a 31%, que dentro da margem de erro não permite diferenciação. Mas, na expectativa quanto à evolução do poder de compra, os que pensam que melhorarão são de 39%, estabilidade para 33% e piora para 22%.

Lamentavelmente, entre os empresários as expectativas são piores, mostrando que o governo necessita contar com melhor diálogo com eles. Muitos analistas indicam que as autoridades estão somente preocupadas com a expansão do consumo, sem se darem conta que, sem o mesmo, nenhum produtor se sentirá estimulado a aumentar a sua produção. Certamente, continua havendo um problema de confiança recíproca entre o empresariado e o governo.



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