Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

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3 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

No mundo em que vivemos, parece que todos copiaram o Brasil e muitos ficam se arrastando na repetição dos seus problemas até o Carnaval, a partir do qual soluções mais criativas esperam ser propostas para as superações de suas atuais dificuldades. O The Economist, mesmo com sua clara ideologia liberal, elabora no seu número desta semana uma série de artigos sobre os países nórdicos, apontando os como possíveis modelos para o futuro, mas acaba citando sempre Cingapura, como se as soluções fossem mais fáceis em países de pequenas dimensões. Mas também apontam as dificuldades passadas, bem como o exagero da presença do Estado no presente, ainda que as empresas privadas estejam sendo beneficiadas com os tributos reduzidos substancialmente, o que não se ajusta ainda às doutrinas da revista. Deve-se registrar que o petróleo do Mar do Norte está beneficiando principalmente a Noruega, que vem o administrando de forma exemplar.

Isto nos leva a especular um pouco sobre o que poderia ser feito em países emergentes de grandes dimensões, adaptando o que vem sendo feito em economias como aquelas. A soma das populações da Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega e Islândia chegam somente de 26 milhões de habitantes, apresentando ainda a maior mobilidade internacional conhecida. Cingapura é uma cidade país com somente 5 milhões de habitantes. Que lições podem ser extraídas destes exemplos para condições tão diferentes como o Brasil, a China, a Índia ou a Rússia, para citar somente os que foram originalmente incluídos no BRIC? O que se poderia aproveitar para a Europa e os Estados Unidos que continuam enfrentando uma baixa recuperação, ou o Japão que luta oralmente com suas dificuldades?

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Eu, pessoalmente, tive a oportunidade de conhecer alguns destes países, com destaque a Cingapura quando ainda era um país que tinha saído do controle britânico, contando com pobres cidades chinesas, malaias e hindus. Começavam a explorar os “crusters” de inspiração holandesa, como alguns profissionais de economia imaginavam ser possível ser implantado no Brasil. As Zonas Econômicas Especiais que impulsionaram a China são projetos posteriores à Zona Franca de Manaus e outros mecanismos que já provaram aprovados neste país, mas ainda sofrem resistências políticas que o governo deveria se empenhar em superá-las.

Estes mecanismos parecem ser possíveis de serem implementados em algumas áreas específicas, para que o resto de uma grande economia do ponto de vista geográfico pudesse contar com seus benefícios. No Brasil, estas providências ainda estão tímidas em demasia. Até um país como o Japão está criando zonas especiais mesmo em Tóquio, para atrair a instalações de escritórios regionais de grandes empresas multinacionais para a Ásia.

É claro que os países nórdicos que enfrentavam climas adversos, principalmente no inverno, eram pobres até o século XIX. Superaram suas dificuldades com muito empenho e inteligência, mas também no século XX passaram por algumas crises, como o resto do mundo. Agora, mesmo com as dificuldades mundiais notadamente depois de 2008, conseguiram mudar sua orientação tributária depois de já terem conquistados os benefícios da social democracia. Não enfrentam os problemas como dos demais países europeus, com grande disciplina na política fiscal.

Ainda que as condições brasileiras sejam bem diferentes, o que é possível sugerir é que existem medidas que podem ser implementadas com mais ousadia, para superar também as dificuldades que se enfrentam no país. O que vem sendo feito, por enquanto, parecem insuficientes para um desenvolvimento mais acelerado e sustentável que todos almejam, e que poderiam corresponder às expectativas que continuam existindo no mundo com as economias emergentes, como a brasileira.

Quando comparado com os esforços que se desenvolvem em todo o mundo, ainda que existam muitos obstáculos a serem superados, certamente os acordos de livre comércio, bilaterais, regionais e de um elevado número de país, parecem necessários para manter a competitividade brasileira. Se até os Estados Unidos e o Japão discutem a TPP – Trans Pacific Partnership, parece que fica evidente que somente o Mercosul é insuficiente, pois até os vizinhos brasileiros estão intensificando estes tipos de acordos.

Parece que existe uma ampla pauta de projetos que devem ser atacados com urgência, tanto para beneficiar a economia brasileira, com a sua inserção no que está acontecendo no mundo, com novas formas de atuação governamental.



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