Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Acirramento da Bipolarização no Brasil

29 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

340x650_1314321Parece evidente que a campanha eleitoral foi antecipada no Brasil, fazendo com que, antes de 18 meses da eleição, haja uma tendência forte no sentido da bipolarização: dos que são contra o atual governo e os esforços de marketing que ressaltam os aspectos positivos da atual administração, mas eles todos ainda são voltados a um pequeno segmento da população. As pesquisas de opinião pública mostram, até agora, que isto não vem afetando a posição da população mais interessada nas medidas que os afetam diretamente no seu cotidiano, proporcionado índices recordes de prestígio para a Dilma Rousseff. Os meios de comunicação ainda são limitados no Brasil, e os principais jornais possuem baixas tiragens, sendo lido somente por uma elite limitada, enquanto as rádios e televisões são mais efetivas nos assuntos que afetam as tendências políticas e econômicas do país.

Comparativamente ao que acontece em outros países, os jornais brasileiros destacam os noticiários internacionais, com menores espaços dedicados aos assuntos que interessam diretamente a população, que são diferenciados por regiões, segmentos, nível de renda, locais onde habitam e uma série de fatores que os distinguem. Um artigo constante do suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico chega ter o título “O rural verdadeiro”, procurando informar sobre uma nova metodologia para desvendar a realidade do Brasil rural, de forma a permitir uma política pública mais eficiente para alcançar este importante segmento da população brasileira. Mas, o mesmo pode ser dito com relação à população da periferia das grandes cidades, ou os diversos bairros que os constituem, com evidente diversidade difícil de ser classificada em grupos. As amostras destas pesquisas, mesmo limitadas, acabam surpreendendo os analistas que são mais influenciados pelos grandes órgãos de comunicação social.

Existe uma preocupação que a atual divisão entre população urbana e rural não reflete adequadamente a realidade, pois existem muitas atividades rurais que são executadas em pequenos centros urbanos. Da mesma forma, muitas amostras extraídas de dados censitários não conseguem diferenciar os diversos grupos de opinião num país com a diversidade da brasileira.

As estimativas sobre os resultados eleitorais apresentam grandes discrepâncias com os resultados finais, principalmente nas últimas eleições, até os levantados nas bocas de urna, desacreditando as agências que fazem estes levantamentos.

E ainda existe um longo período até as eleições num quadro econômico que aparenta ser adverso. No entanto, parece que os fatores que acabam influindo não se referem somente ao quadro econômico e do emprego, havendo fortes influências das assistenciais sociais que estão se generalizando no país. Tudo indica que o governo dispõe de análises mais acuradas, bem como os seus marqueteiros, dentro de um conjunto de contrariados ainda difíceis de serem aglutinados em poucos representantes da oposição.

Tradicionalmente, o governo dispõe de instrumentos para convencimento das correntes que compõem a sua base de apoio, que muitas vezes negociam para aumentarem os seus benefícios. Ainda que Dilma Rousseff tenha se revelada como tecnocrata, ela continua aperfeiçoando suas comunicações sociais de forma eficiente alcançando segmentos da população que lhe interessa, irritando alguns oposicionistas.

Mas existem muitas águas para serem roladas ainda ao longo dos meses até as eleições, mas tudo indica que o governo utiliza o seu poder e está conseguindo preparar as condições necessárias para a reeleição, ainda que não agradem os segmentos relacionados com as camadas mais privilegiadas da população. Quanto aos empresários e órgãos de comunicação social, ainda que revelem suas restrições, parece difícil que estas atitudes acabem se transformando em votos.



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