Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Leitíssimo Com Tecnologia da Nova Zelândia

19 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

A produção de leite no Brasil e no mundo sempre passa por ciclos difíceis de serem corrigidos. Um empreendimento de um grupo de neozelandeses encontrou no interior da Bahia, na fronteira de Minas Gerais com Goiás, as condições ideais para o seu novo gado leiteiro que chamam de “kiwicross”, que suporta o calor do cerrado, tornando-se vitoriosos na produção de leite que encontra uma boa aceitação no mercado brasileiro, conforme artigo publicado por Bettina Barros no jornal Valor Econômico. Conseguem em Jaborandi, na Fazenda Leite Verde, produzir mais que nos Estados Unidos, os maiores produtores mundiais por hectare, e contam com dez vacas por hectare, quando na Nova Zelândia conseguem somente três.

Os neozelandeses David Broad e Simon Wallace conseguiram este milagre tirando partido da água, sol e pasto farto, adaptando a tecnologia que adquiriram na Nova Zelândia. Pensam passar para a produção de produtos de maior valor agregado, com foco no leite desnatado e creme de leite aproveitados a partir da nata descartada. A Nova Zelândia é um pequeno país próximo à Austrália, e o Brasil já aproveitou a sua tecnologia para a produção intensiva de gado, com a ajuda do Banco Mundial no fim da década dos setenta do século passado, quando tive o privilégio de comandar o Conselho Nacional da Pecuária.

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Cruzamento de holandesas com jerseys, as vacas produzem leite de alta qualidade

Informam que os visitantes do Brasil e do exterior são muitos, mas eles não temem que sua tecnologia seja copiada. Afirmam que é fácil olhar o que estão fazendo, mas o difícil é fazer, mostrando que existem alguns segredos no seu manejo, como costuma acontecer nestes empreendimentos pioneiros.

Existe uma boa conjugação do manejo correto do pasto, a genética bovina, as relações humanas e os olhos dos donos sempre por perto, aproveitando o microclima da região. O velho ditado de que “o boi engorda com os olhos dos donos” parece uma realidade.

O gado é um misto de holandesa, de alta produtividade, com o jersey que proporciona rusticidade. Afirmam que não adianta por uma Ferrari, mas precisam de um 4 X 4 para as condições locais. A alimentação, além do proveniente do pasto, é completada por uma dosagem de milho.

Usam a sexagem dos embriões como forma de aumentar as bezerras, o que conseguem em 87%, com descarte dos machos. As vacas produzem uma média de 14 mil litros ano, quando a média nacional é de 6 mil litros.

Todo o leite é processado na fazenda, até a embalagem final, numa garrafa de PET branca, tendo uma vaca simpática como estampa. Ainda que no interior da Bahia, o relacionamento com os recursos humanos merece especial atenção, dispondo-se de escola adequada para os filhos dos empregados.

Afirmam que o leite produzido e tão bom como da Nova Zelândia, Este é um exemplo que merece destaque, e a folha inteira dada pelo Valor Econômico deve ser um estímulo para outros empreendimentos semelhantes que aproveitam da melhor forma os recursos disponíveis no Brasil, com as melhores tecnologias e os empresários morando no local, como é sempre necessário nas atividades agropastoris.



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