Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Longo Artigo Sobre o Alibaba da China no The Economist

25 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Sempre é difícil analisar pelos critérios vigentes no Ocidente o que acontece na China, mas a revista The Economist lança mão da opinião de analistas de instituições financeiras internacionais para tentar entender o que acontece com a Alibaba que supera amplamente a Amazon e a eBay no volume do chamado e-commerce, conseguindo a rentabilidade que a Amazon, com mais tradição internacional não consegue. O longo artigo começa descrevendo o que acontecia no início das operações desta organização chinesa, quando ainda contava somente com uma dúzia de funcionários, e hoje está com 24 mil, a partir de sua sede em Hangzhou. O artigo foi elaborado naquela cidade e em Hong Kong, que ajudou a dar um expressivo saldo nas operações desta empresa.

A Alibaba domina a venda no varejo na China, que passou também no mesmo período recente por um crescimento impressionante, que se tornará brevemente no maior mercado mundial de e-commerce que utiliza todos os meios atuais de relacionamento eletrônicos disponíveis. Para a sua compreensão, pode-se acrescentar que os chineses sempre foram bons comerciantes deste da época histórica da Rota da Seda, não podendo se subestimar a capacidade deles nestas atividades, como muitos ainda fazem no Ocidente. Também parece razoável admitir-se que o país tem dimensões continentais, e até recentemente os meios de transporte em todo o país eram deficientes. A infraestrutura de comunicação teve expansão recente na China, e os celulares ocuparam espaços que em outros países começaram pela telefonia fixa. A generalização dos meios eletrônicos de comunicação foi rápida, propiciando um terreno fértil para o e-commerce, até pelas limitações físicas do atendimento de grandes massas de novos consumidores no país, havendo uma efervescência do comércio varejista, como poucas vezes se observou no mundo, complementada pela demanda externa.

Alibaba_Chinese_logo

A organização, que começou com a participação da Yahoo, prepara-se para lançar um IPO para captar os recursos que os deixará independentes. Analistas atribuem hoje a Alibaba um valor entre US$ 55 a 120 bilhões.

Nos Estados Unidos, 76% do varejo online são de compradores individuais, enquanto 10% na China, sendo que a Alibaba permite que vendedores e compradores se encontrem por intermédio dela, num contexto em que as antigas estatais estão deixando espaços para as novas iniciativas privadas. A organização oferece os serviços básicos gratuitamente, conseguindo resultados por intermédio dos anúncios online, além de prestar serviços como o design de sites.

Os chineses são relutantes em confiar nos estranhos, e a Alibaba oferece ferramentas para verificação independente dos fornecedores, além de uma escrow account para liquidação das operações, ou seja, recebe antecipadamente pela compra e só libera estes recursos para os fornecedores se a operação estiver satisfatória. Enquanto no Ocidente a pesquisa do produto desejado é feito pela Google, na China a procura é direta no site dos fornecedores o que valoriza os anúncios. Na realidade, o sistema está bem adaptado às condições locais.

Existem alternativas para vendas diretas das empresas e a Alibaba terá que investir pesado para manter a sua liderança, o que explica a captação de recursos para tanto. Uma substancial parte dos recursos estimados em US$ 8 bilhões destina-se a refinanciar empréstimos antigos a custos mais baixos. O mercado tem crescido substancialmente, havendo espaço para a sua continuidade, pois o comércio online na China ainda está abaixo de outros países.

Enquanto o e-commerce é complementar em outros países, na China ela é o foco principal. As pesquisas eram precárias, e o mecanismo está permitindo que haja plataforma para o business to business, inclusive com o exterior, dentro do processo de globalização. Mas a estratégia da empresa ainda é simples e volta-se para o mercado interno que continua crescendo.

Há poucos anos, a Alibaba está efetuando pequenos financiamentos que estão fora do radar dos bancos. A utilização do smartphone também está ajudando. Não necessitando de estoques e armazéns, a empresa vem provando o sucesso do seu modelo de negócios.

Em termos internacionais, o alvo são economias emergentes, principalmente onde empresas chinesas estão instaladas na telecomunicação. Ainda existe o problema que o governo norte-americano considera que existem piratarias, e para se tornarem gigantes mundiais precisam superar estes problemas.

O seu crescimento também gera problemas de organização e estrutura, e está se providenciando a sua ampliação e reformas. Ainda existem poucas discussões sobre estes assuntos, para que possam dar continuidade ao crescimento, utilizando a assistência de consultorias internacionais.

Alibaba parece levar a sério a sua cultura própria, acompanhando a evolução da própria economia chinesa. Mesmo sem a confiança sobre o seu legado, o consumo na China deverá continuar crescendo, havendo os que consideram que a Alibaba fez mais que as empresas estatais pela economia chinesa.



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