Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Política Monetária Japonesa Com Novo Governo

12 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Com a política que está sendo denominada “Abeconomics”, adotada pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, está sendo indicado para a presidência do Banco Central do Japão, o Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, ex-vice ministro para assuntos internacionais do Ministério de Finanças do Japão, ex-presidente do Asian Development Bank, que era crítico a imobilidade da política econômica anterior do país. As expectativas com estas novas medidas são tão altas que o yen já desvalorizou cerca de 20% nos últimos meses, e a bolsa acusa elevações com a expectativa do mercado com a melhoria da competitividade japonesa.

Haruhiko Kuroda é a favor do “easing monetary policy” que deverá perseguir uma elevação da inflação para o objetivo de 2% ao ano, quando o Japão sofria uma deflação crônica. Todos estão constatando que seus efeitos virtuais, como no câmbio, são mais rápidos que as medidas monetárias efetivas, que demanda, no mínimo seis meses para provocarem efeitos. Mas, ainda que as expectativas não sejam tudo, elas ajudam a criar um cenário geral mais otimista.

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Shinzo Abe                                                      Haruhiko Kuroda

O fato concreto é que o governo japonês está com pressa, tanto que logo após a aprovação do nome do Kuroda no Legislativo, ele já pretende fazer uma reunião, antes mesmos que seus dois vices- presidentes sejam aprovados empossados.

O que se tem provado em todos os países é que a flexibilização monetária, dentro de uma expectativa positiva do mercado, acaba provocando imediatamente a desvalorização cambial e a recuperação do mercado de capitais. A expansão dos créditos e meios de pagamentos não precisam ser imediatas, desde que os primeiros resultados ajudem a ampliação da expectativa positiva.

Evidentemente, existem ponderações para políticas mais conservadoras, mas o fato concreto é que o Japão passou por um longo período de falta de líderes ousados.

As incertezas do mercado mundial ainda são grandes, mas tudo indica que uma recuperação mais lenta que a desejada está em marcha, ao mesmo tempo em que novas economias emergentes ajudam no cenário internacional.

Muitos são os instrumentos de política econômica que podem ser acionados, exigindo uma forte coordenação entre eles, pois no caso japonês a dívida pública é monstruosa, e como os juros são baixos ou negativos, um pouco de inflação vai acabar ajudando.

No entanto, todos os aspectos precisam ser cuidados, pois os equilíbrios são mínimos e frágeis. Mas, no momento, o setor empresarial japonês acaba se incorporando ao Japan Inc. com a forte retaguarda do governo para os grandes projetos relacionados com o exterior.

Tudo isto pode beneficiar países emergentes, inclusive o Brasil, ainda que seja mais distante geograficamente.



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