Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Shinkansen entre Mumbai e Ahmedabad na Índia

11 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O jornal japonês Yomiuri Shimbun informa que praticamente estão concluídos os entendimentos entre a Índia e o Japão para a construção de cerca de 500 quilômetros de um sistema de trem rápido entre o maior centro metropolitano da Índia, com mais de 20 milhões de habitantes, e o tradicional centro industrial Ahmedabad, com mais de 6,3 milhões de habitantes, passando por uma região intensamente habitada. Para concluir os entendimentos, está prevista a viagem do primeiro-ministro Manmohan Singh ao Japão em maio próximo, para encontrar o primeiro-ministro Shinzo Abe. O custo do projeto está estimado entre US$ 10 a 11,5 bilhões, abaixo do atualmente previsto para ligar Campinas-Guarulhos-Rio de Janeiro. O projeto decorre de entendimentos entre os dois governos e sua execução deve realizar-se pelo setor privado junto com uma estatal japonesa, evidentemente reduzindo o seu custo comparado com uma concorrência internacional, no chamado sistema de “turn key”.

Devem participar do projeto a East Japan Railway e a Kawasaki Heavy Industries. Mumbei, que no passado era conhecida como Bombay, é a principal cidade portuária da Índia, situada a oeste daquele país. Ahmedabad também fica próxima do litoral, ao norte de Mumbei, e pode-se chegar à capital New Delhi que fica a em direção norte-nordeste destas duas cidades. Os japoneses e indianos já vêm discutindo um amplo programa de um grande eixo de New Delhi a Mumbei, num entendimento bilateral que envolve o desenvolvimento de muitas facilidades utilizando todos os grandes grupos econômicos japoneses, do qual deve fazer parte este sistema de trem rápido, voltado ao transporte de passageiros, que reduzirá o trajeto a duas horas, quando hoje se necessita de dez horas.

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Mumbei                                                           Ahmedabad

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O Japão se esforça para utilizar a tecnologia desenvolvida na sua rede de Shinkansen no país, tendo conseguido o primeiro em Taiwan. Eles consideram que a sua tecnologia vem sendo aperfeiçoada sendo a mais eficiente no mundo atual, com elevado grau de segurança. Outros países do Sudeste Asiático também estão sendo objetos de atenção semelhante.

Evidentemente, este tipo de entendimento decorre da política de fortalecimento das relações entre países economicamente poderosos que fazem um esforço para contrabalancear ao desenvolvimento da China. Também permite que um país com uma população decrescente como o Japão atual, mas tecnologicamente avançado, estabeleça alianças com a Índia populosa, mas ainda de renda per capita baixa, apesar de um bom crescimento como um dos países emergentes de destaque.

A dificuldade principal parece residir na necessidade da compra antecipada de áreas altamente populosas, antes do início da construção prevista para 2015. Evidentemente, o Japão utilizará toda a sua capacidade de financiamento, para promover estas exportações que envolvem um pacote completo, que já se torna mais difícil nos casos como o brasileiro que já conta com um nível de renda per capita mais elevada, e um complexo industrial local não desprezível.



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