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Dilemas dos Hospitais de Alto Padrão com os Planos de Saúde

3 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , , , ,

Quem imaginar que existe uma solução fácil no natural confronto da eficiência dos serviços médicos e hospitalares com os planos de saúde que viram a melhor rentabilidade para os seus controladores, pode estar enganado. Uns procuram prestar os melhores serviços cujos custos vão se elevando com os avanços tecnológicos, quando em outros setores da economia estes avanços costumam proporcionar reduções de custos. Os planos de saúde procuram naturalmente uma rentabilidade mais elevada para os seus controladores, procurando reduzir os seus pagamentos para os prestadores de serviços. E muitos deles passaram a ser controlados pelos fundos de investimentos que procuram evidentemente as melhores rentabilidades para os seus participantes.

Na notícia publicada por Beth Koike no seu artigo sobre a mudança de comando da Rede D’Or, que veio ampliando suas atividades com as aquisições de muitos hospitais, inclusive o São Luiz de São Paulo, informa-se que os novos dirigentes, como Heráclito Brito, com longa experiência do outro lado do balcão, ou seja, dos planos de saúde, procuram investir na ampliação da capacidade dos hospitais já existentes na rede, mudando a orientação anterior. Estaria tentando ampliar suas receitas com a manutenção dos seus custos, para não prejudicar a qualidade dos serviços prestados. Estaria procurando elevar a resolutividade dos serviços dos hospitais para conseguir manter bons relacionamentos com os seus clientes que são basicamente os planos de saúde.

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Heráclito Brito

A nova intenção parece das mais legítimas, e deverá enfrentar a resistência dos médicos que pretendem facilitar seus diagnósticos com o máximo de informações proporcionado pelos exames, que, além de custarem muito, acabam sobrecarregando os pacientes com radiações, por exemplo, como as desnecessárias. Os médicos procuram se documentar para eventuais processos como dos decorrentes dos erros de diagnósticos, que sempre ocorrem num pequeno percentual. Também se informa que na medicina existe casos que não se conseguem diagnosticar um pequeno percentual dos problemas, por ora.

Algumas soluções parecem estar sendo utilizadas no mercado, ainda que só possa ser arcada por um pequeno segmento da sociedade devido aos seus elevados custos. Muitos médicos só estão aceitando pacientes chamados particulares, que não se socorrem dos planos de saúde que possuem suas limitações.

Outros utilizam planos de saúde de custos extremamente elevados, que reembolsam por todos os custos dos seus participantes, sem que nenhuma despesa seja glosada. São poucos os planos deste elevado padrão, pois os que podem arcar com os seus custos são limitados.

Nos hospitais que não se enquadram como os de elevado padrão, há que se conviver com os planos de saúde, que procuram evitar somente abusos, cujas negociações sempre geram problemas de diferentes pontos de vista para estabelecer o que seria o razoável.

Os economistas afirmam que existe uma curva de conflito, que não é a de sentido usual, onde se estabelecem as decisões onde vendedores e compradores são obrigados a se conformarem, estabelecendo-se os seus preços. O dramático na economia da saúde é que a vida está envolvida, e para muitos ela não tem preço.



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