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Tradicional Medicina Chinesa Recomenda Comer Amarelo

10 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , ,

Um interessante artigo foi publicado por Cindy Gu no China Daily explicando por que na Tradicional Medicina Chinesa recomenda-se o consumo de alimentos de diversas cores, notadamente o amarelo. Acredita-se que o corpo humano está organicamente unificado com órgãos relacionados com cinco elementos, sabores e cores. A cor amarela está relacionada com o baço, que desempenha um papel importante na regulação do metabolismo de células vermelhas do sangue, e também um papel vital no sistema imunológico. Proporcionam oxigênio ao corpo, protegendo contra infecções e doenças. Na cultura chinesa, a alimentação funciona como medicação, não apresentando nenhuma distinção entre as duas.

O artigo começa descrevendo o papel do limão amarelo. Por ser bonito, os seus valores nutricionais nos diversos pratos são subestimados, segundo o artigo. Em 1747, James Lind descobriu que a vitamina C das frutas cítricas ajudou a eliminar o escorbuto que afetava os marinheiros nas suas longas viagens da época. Os limões podem melhorar o humor na aromaterapia, melhorando a circulação do sangue e aumentando a imunidade. É rico em vitamina C, um dos antioxidantes mais potentes que servem para combater o envelhecimento precoce. A sua elevada acidez exige cuidados para não afetar o estômago, devendo ser usado com moderação.

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A soja, muito utilizada pelos orientais, tem um elevado valor nutricional, sendo fonte de proteínas e é rica em isoflavonas, que ajudam a aliviar alguns sintomas da menopausa e pode agir no combate ao câncer, retardar ou reverter sinais de osteoporose e reduzir os riscos de doenças cardíacas. Quando morava no Japão, uns médicos me ensinaram que a soja combinada com outros alimentos, que eram considerados inconvenientes para o coração como o camarão, reduziam seus efeitos negativos. Os brasileiros consomem muitos camarões fritos, com gordura saturada, enquanto os japoneses neutralizam seus efeitos combinando com a soja.

Na dieta asiática, utiliza-se muito o tofu, queijo de soja. Mas também este cereal aparece nos molhos como o shoyu, pastas de feijão fermentadas como o missô e até na soja fermentada que é o natto. Os indonésios substituem a carne com a soja, principalmente entre os vegetarianos. As peles da soja são ricas em fibras, não podendo ser desprezadas, pois ajudam na digestão, reduzem o colesterol diminuindo os riscos de doenças cardíacas.

A soja contém também grande quantidade de ferro, ajudando a eliminar a anemia. Evita-se fritar ou refogar a soja, pois isto impede a absorção das proteínas. Os grãos de soja contêm estrogênio ajudando nas dietas pós-menopausas. Mas também devem ser consumidas com moderação, pois algumas pessoas sofrem com sua indigestão crônica ou irregularidades intestinais.

As bananas são ricas em potássio, fontes de açúcar e de fibras, aumentando rapidamente a energia humana. São pobres em sódio, relativamente ricas em ferro, contribuindo com a função de hemoglobina e ajudando a eliminar a anemia. Contém também pectina, uma fibra solúvel que coloca em movimento o sistema digestivo. As bananas são uma boa fonte de frutooligossacarídeos que nutrem as bactérias do trato gastrointestinal no bom sentido. Com o seu consumo regular, ao lado de verduras, têm sido associado à redução de cancros nos rins.

As bananas são relacionadas também com o combate à depressão, pois contém triptofano, um aminoácido que é metabolizado com a serotonina, um poderoso estimulador do humor.

O milho contém uma boa quantidade de fibras, mantendo a digestão regular, reduzindo os riscos de cancro no intestino e no cólon. Ele é rico em calorias, mas pobre em gordura. Tem muita vitamina B, especialmente a tiamina, que ajuda a manter a saúde dos nervos.

O amarelo do milho vem do beta-caroteno, que forma a vitamina A no corpo humano. Essencial para os olhos e para a pele. Os seus grãos são ricos em vitamina E, outro antioxidante que previne o envelhecimento precoce. Os chineses utilizam os cabelos dos milhos fervendo-os, para enriquecer o sabor. Na Tradicional Medicina Chinesa até o sabugo é aproveitado, como diurético, ajudando a reduzir o açúcar no sangue.

Portanto, enquanto o vermelho é extremamente valorizado na culinária ocidental, o amarelo também tem suas ricas funções, valendo a pena aprender um pouco com o que está no artigo de Cindy Gu, publicado no China Daily.



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