Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Políticas Monetárias dos Países Desenvolvidos

26 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Os Estados Unidos, depois de provocarem uma recessão mundial com seus bancos, iniciaram a chamada easing monetary policy, ou seja, uma sensível flexibilização monetária, sabendo que isto provocaria uma desvalorização do dólar perante as outras moedas, ajudando a tornar novamente a sua economia competitiva no mundo. O fato concreto que estava ocorrendo é que muitos países emergentes ingressaram com suas grandes massas de recursos humanos nos mercados globalizados, inundando o mundo com produtos baratos, provocando o desenvolvimento de suas economias, tornando-se estratégicos para o que acontecia no mercado internacional. Outros países, mais recentemente, como o Japão que passava por décadas de baixo crescimento, também adotaram o mesmo tipo da política norte-americana dentro do que está se tornando conhecido como Abeconomics, contando com o apoio dos demais desenvolvidos que reconheciam que sua recuperação ajudaria o resto do mundo.

Mas parece evidente que tudo isto estava deslocando os outros países que não adotavam a mesma política. Alguns estavam vivendo acima de suas possibilidades, como a Europa, onde as insatisfações com a austeridade aumentam. Os coreanos se sentem prejudicados, e a China é obrigada a provocar uma grande mudança, para depender menos do mercado para suas exportações, provocando a expansão do seu mercado interno. Mas, mesmo nos países desenvolvidos, as políticas não beneficiam a todos de forma uniforme, gerando focos de contrariados. Os que viviam de juros, por exemplo, passam a contar com menores rendimentos, ao lado de instabilidades que aumentam a sua segurança. Os setores que contavam com a proteção para as produções locais, como os ligados às atividades rurais, sofrem com as importações adicionais. A grande massa de aposentados e idosos conta com menores proteções sociais. Os desempregados manifestam publicamente suas contrariedades.

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Manifestações na Europa contra política econômica adota pelas autoridades

Os acadêmicos e políticos opositores também expressam suas preocupações, ainda que não contem com alternativas que atendam as populações, a necessidade da recuperação econômica, as preocupações inflacionárias e de aumento da dívida pública. No mundo já conturbado, os problemas políticos tendem a se agigantar com acusações de corrupções e outras irregularidades. No fundo, todos estão insatisfeitos com o cobertor que ficou mais curto, e não cobre todas as necessidades e aspirações.

Muitos alegam que a política de flexibilidade monetária não é sustentável, ajudando a recuperar algumas economias, mas criando outros problemas, tanto internos como externos. Mas são obrigados a admitir que algo teria que ser feito, mesmo que prejudiquem, segundo os que estão no poder, as minorias. Também assuntos de preservação do meio ambiente acabam sendo postergados.

No fundo, todos sabem que não existem milagres em economia, que fica também contingenciada pelas necessidades políticas. Alguns trabalhos continuam sendo efetuados, como as pesquisas, visando o aumento da eficiência econômica inclusive na administração pública, ampliação da assistência social à população. Novos recursos naturais ajudam a ampliar a disponibilidade do que pode ser utilizada pela população. Mas, normalmente, todos os projetos que visam a melhoria da economia demandam investimentos que necessitam de tempo para maturarem.

E a desconfiança que hoje impera entre os empresários, os eleitores e as autoridades em nada contribuem para as ousadias que são indispensáveis para as ampliações dos investimentos físicos. Dispõe-se de muitos recursos financeiros que não são destinados a criar empregos, renda e atendimento das necessidades da população.

Lamentavelmente, vai se exigir um pouco de paciência que já está esgotada em muitos segmentos, havendo necessidade de se admitir que o processo de recuperação vá continuar lento, com flutuações, o que acaba deixando muitos cautelosos, receosos de ampliar seus gastos, que poderiam ajudar na melhoria do quadro econômico.

Em alguns países, o governo acaba substituindo o que poderia ser feito pelo setor privado, ou propondo que sejam feitos projetos em conjunto, com os riscos e suprimento de parte dos recursos indispensáveis por conta do setor público, o que acaba recebendo críticas dos setores mais liberais.



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