Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Desconhecida Indonésia Para os Brasileiros

20 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Poucos brasileiros conhecem a Indonésia em profundidade, apesar das suas semelhanças e diferenças com o Brasil. Conta com cerca de 250 milhões de habitantes, mais que o Brasil, sendo a maior população muçulmana moderada do mundo. Ocupa uma região tropical, conta com uma imensidade de ilhas fazendo com que a interligação dos transportes entre elas sejam facilitadas pela navegação. Um artigo publicado recentemente por Dewi F. Anwar, ela que é chairman do Instituto de Democracia e Direitos Humanos do Habibie Center e Deputy Chairman para Ciência Social e Humanidades do Indonesian Institute of Sciences, no consagrado Project Syndicate ressalta alguns dos seus aspectos relevantes. Antes de assumir a embaixada brasileira em Seul, Edmundo Fujita era o embaixador em Jacarta, procurando estimular o intercâmbio entre os dois países.

Segundo o artigo, a Indonésia emergiu nos últimos anos como uma democracia consolidada e uma economia dinâmica, caracterizando-se com uma nova emergente. É o país mais influente no ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático que vai adquirindo uma importância crescente, não somente naquele continente como no mundo. Sofreu uma forte influência holandesa no passado. Procura agir com prudência não se expondo exageradamente nos riscos da política e economia internacional. Aprendeu com as duas experiências da crise de 1997-1998 que terminou com três décadas do longo governo de Suharto que enfatizou a aliança com o Ocidente. Seu antecessor e primeiro presidente depois de sua independência, Sukarto enfatizou uma posição não alinhada entre o Leste e o Ocidente. Com a independência de Timor Leste, que usa a língua portuguesa, acabou com as grandes lutas internas, mas ainda conta com algumas violências com as minorias religiosas, segundo a articulista.

indonesia

Os países do ASEAN enfrentam os problemas decorrentes das reivindicações territoriais da China no Mar da China do Sul, e a Indonésia procura um equilíbrio estável, inclusive com o gigante asiático, atuando ativamente no cenário internacional, de forma pragmática, tendo como pedra angular a consolidação deste grupo de países asiáticos.

Este relacionamento regional é considerado de extrema importância pelos diversos países membros. A Indonésia persegue um bloco em que nenhum país tenha uma forte predominância, tendo reagido à proposta de inclusão da China, do Japão e da Coreia do Sul, mas é a favor de um conjunto mais amplo envolvendo oito parceiros do Pacífico.

Não pretende um confronto com os países desenvolvidos, mas exercer uma influência mundial diversificada, inclusive junto a outros países árabes de predominância muçulmana. Está convicto que pode contribuir para a disseminação da democracia em outros países asiáticos, atuando de forma suave ou soft.

Na realidade, está procurando uma governança mundial com a participação de mais países, como no grupo do G-20, acrescentando sua experiência que ainda não é muito longa e nem consolidada adequadamente.



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