Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Atual Crescimento da Economia Chinesa

16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Todos que acompanham a economia chinesa e mundial ficam impressionados com a quantidade de artigos que estão sendo publicados no mundo sobre o assunto. As estimativas oficiais que começaram a ser publicadas por trimestre também na China indicavam uma estimativa anualizada de 7,7% no primeiro trimestre e agora de 7,5% no segundo trimestre, havendo preocupações com uma cifra menor que a esperada pelas autoridades chinesas para 2013, que era de 7,5%. Na realidade, os resultados que vêm sendo obtidos no mundo são bem mais modestos, e todos esperam que o crescimento da China ajude os demais países na continuidade de sua recuperação, inclusive o Brasil, os Estados Unidos, o Japão como a Europa como um todo. Este exagero de artigos publicados parece indicar a preocupação de uma maior desaceleração da China, que não consistiria num soft landing para permitir as reformas visando maior dependência do mercado interno, e redução da dependência das exportações.

Na realidade, as contas nacionais de qualquer país é uma aproximação que não permite um nível de precisão como os analistas pretendem atribuir. São o que os profissionais de economia denominam de proxy, ou seja, uma aproximação tomando alguns indicadores que são considerados relevantes, notadamente quando se referem às estimativas trimestrais. No passado, os analistas se preocupavam com as deficiências das estatísticas chinesas, considerando-as pouco confiáveis.

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Um interessante artigo publicado pela site da revista The Economist recorda que Lou Jiwei, ministro das finanças da China, expressou em Washington em 11 de junho último. A sua versão em inglês da agência oficial Xinhua informa que ele teria dito que a contribuição do consumo tinha aumentada, a proporção dos serviços também, a taxa do superávit em contas correntes diminuído, o emprego estava bem e o índice de preço ao consumidor não era alto. E ele teria acrescentado que a taxa de crescimento esperado era de sete por cento no ano, tendo sido de 7,7% no primeiro trimestre, e no primeiro semestre seria ligeiramente inferior a 7,7%. A meta de 7% ao ano seria considerado o mínimo a ser alcançado.

Como o Congresso Nacional do Povo da China tinha colocado como objetivo um crescimento de 7,5%, os analistas entenderam que o cuidadoso ministro das finanças chinês, considerado um burocrata competente e preciso, estava admitindo que as autoridades de forma pragmática estivessem aceitando um crescimento menor, diante do que estava acontecendo no mundo neste ano.

O artigo afirma que as autoridades chinesas costumam ser conservadoras nas metas, de forma que o resultado possa ser ligeiramente acima das mesmas. Além disso, havia uma clara indicação que a ampliação do consumo interno estava sendo obtido, com a redução da dependência da exportação, como ficou estabelecido pelo Partido Comunista Chinês.

Na realidade, pouco importa estas precisões das taxas obtidas, ou metas que sejam alcançadas. Se a China chegar a 6,5% neste ano, a revista The Economist como outras fontes como a Bloomberg tendem a considerar satisfatórias, pelo que vem ocorrendo no resto do mundo. O problema parece ser a preocupação de muitos analistas com o sistema bancário chinês bem como o seu sistema não bancário, considerado sombra, cujo colapso pode representar uma redução do crescimento bem mais baixo, deixando de ser um soft landing.

Algo similar deveria ser considerado no caso brasileiro, pois o governo está sendo cobrado por um crescimento do PIB mais baixo do que esperado, não se considerando que isto também está acontecendo com o resto do mundo.



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