Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uma Visão Mais Ampla dos Protestos Populares

1 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Temos postado artigos sobre as manifestações populares no Brasil afirmando que não se trata de uma jabuticaba, um fenômeno que só ocorre entre os brasileiros. Uma série de artigos publicados pelo The Economist procura explicitar todos os movimentos recentes e os que estão acontecendo em muitos países, com reivindicações das mais variadas, mas tendo como algo em comum a utilização das redes sociais. Os casos mais notórios são da Turquia e do Egito, mas a revista vai procurar suas raízes desde a Revolução Francesa, as explosões que ocorreram na Europa e se espalharam pelo mundo em 1968 e 1989, bem como os atuais. Não se trata, portanto, de um fenômeno restrito ao Brasil, como muitos analistas e manifestantes ainda pensam.

Fenômenos semelhantes, todos com suas nuances diferenciadas, estão ocorrendo na Indonésia, na Bulgária, aconteceu nos Estados Unidos, em toda a Europa e até na Suécia, onde existem manifestações de insatisfação que não são lideradas por algumas organizações tradicionais, como os sindicatos ou partidos políticos. Encontram um caldo de cultura como no Brasil, onde mesmo com a atual melhoria da distribuição de renda, ela continua ainda precária. Ninguém sabe como vai se ampliando estas manifestações por diversos países, mas há indícios até na Bélgica ou na China, ou na Arábia Saudita.

PyEcon

Se parecem mais dramáticos nos países emergentes, estas insatisfações ocorrem também nos países desenvolvidos, alguns invejados como a Suécia ou a Bélgica, com elevado nível de renda per capita e serviços públicos de elevado nível. O que parece comum é a condenação da corrupção, ineficiência dos governos e arrogância no comando da população.

No Brasil, como em muitos outros países, ainda que as reivindicações iniciais estejam sendo atendidas, não parece que estes movimentos acabam se acalmando com rapidez, pois envolvem medidas de longo prazo, que exigem alterações profundas, nem sempre bem estudadas.

Os gastos da Copa das Confederações e da próxima Copa do Mundo estão sendo condenados pelos seus exageros. O pacto nacional proposto pela presidente Dilma Rousseff ainda não está claro, havendo divergências profundas sobre o seu conteúdo, como sobre a forma de ampliar a participação popular nas decisões políticas.

Que há necessidade da população se sentir melhor representada e que tenha condições de cobranças dos eleitos parece não haver dúvida, mas as formas pelas quais se conseguirá mecanismos para tanto ainda apresentam as mais variadas dificuldades. Muitos países contam com sistemas distritais ou mistos, que permitem uma cobrança mais direta com o que chamam de accountability.

Nenhumas das propostas proporcionam resultados imediatos, e existem sinais tanto no Legislativo como no Judiciário que muitos sentem a urgência de respostas rápidas, sendo que todos os membros do Executivo, nos três níveis da administração pública, procuram se mexer para atender os considerados mais graves.

Ainda que o futebol seja uma paixão nacional, muitos sentem que as promessas que muitas obras beneficiarão a população são ainda insuficientes e deficientes, principalmente quando comparado com os gastos.

Não se sabe ainda quem será beneficiado por estas manifestações, como ficou explícito pelas pesquisas de opinião como o do Datafolha. Estamos colocando num outro artigo alguns aspectos que parecem que devam ser considerados nas mudanças, principalmente com relação ao Executivo.

O que parece importante é que estes fenômenos sejam aproveitados para aproveitamentos de suas energias para a introdução de alguns aperfeiçoamentos importantes na administração destes países.



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