Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Constante Aperfeiçoamento do Controle Sanitário

21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , ,

Um vasto país com a dimensão brasileira sempre enfrenta problemas relacionados ao controle sanitário dos alimentos que produz, tanto para proteção dos consumidores locais como para os produtos que são exportados. A luta contra a aftosa que afeta principalmente o gado bovino é longa e vem se aperfeiçoando em todo o país com sucesso, mas novas drogas passam a ser utilizadas para melhorar a engorda, o que não costuma ser aceito pelas agências reguladoras, diante dos seus riscos para a saúde humana. Um artigo publicado por Iúri Paniev, pulicado na Gazeta Russa, que tem uma edição comercial que acompanha a Folha de S.Paulo de hoje, alerta sobre o assunto, pois o mercado russo será o mais importante para os suínos brasileiros, quando problemas foram localizados no sistema sanitário para a carne bovina.

Segundo o presidente do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Serguêi Dankvert, se os mesmos problemas que suspenderam a exportação da carne bovina brasileira para aquele país em julho último for detectado na carne suína, a sua importação poderá ser embargada. Foi detectado um estimulador de crescimento muscular chamado ractapomina na criação bovina brasileira, havendo a possibilidade do mesmo ocorrer com os suínos. O problema foi apontado por uma missão russa que esteve no Brasil, constatando que os problemas detectados anteriormente não foram corrigidos.

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Carnes bovina e suína brasileiras sob suspeita

Estes cuidados precisam ser tomados também para os produtos que estão voltados para os consumidores brasileiros, pois novas drogas são oferecidas constantemente para os produtores. Além da ractapomina informa-se que resíduos de mercúrio, pesticidas, dioxina também foram detectados, ainda que em quantidades menores.

O fato concreto é que o gado brasileiro utiliza muitos pastos que ficam próximos a culturas como a soja, que recebem muitos defensivos. Está havendo um avanço com o uso dos genéticos que apresentam resistências sem o uso de agrotóxicos.

Também foram identificados resíduos com contaminações de listeria, salmonela, e a bactéria conhecida como Escherichia coli, além de antibióticos do grupo tetraciclinas. Sabe-se que no Brasil, diante da elevada ocorrência de pragas como a dos carrapatos, acabam sendo utilizados defensivos, inclusive nos animais.

Muitas destas substâncias são proibidas no exterior, e precisam ser também no Brasil, para evitar que os consumidores locais sejam sobrecarregados com estes produtos, que acabam afetando os órgãos humanos com suas acumulações ao longo do tempo.

É preciso que os critérios já adotados no Brasil para a vigilância sanitária sejam aperfeiçoados constantemente, sem se alegar sempre que estes sejam utilizados como medidas protecionistas do comércio internacional.

Ainda que suas exportações das carnes, por agregarem valor sobre as rações que podem ser exportadas em natura, sejam importantes para o Brasil, a saúde dos consumidores locais acaba sendo mais relevante, e as produções em escala com o uso de novas tecnologias devem ser estimuladas. Mas também a eliminação de produtos danosos à saúde deve ser intensificada, e organizada nacionalmente.



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