Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Forma Indiana de Superar a sua Desaceleração do Crescimento

14 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Cada país encontra suas formas de enfrentar a atual desaceleração do crescimento da economia, e a revista The Economist apresenta o caso da Índia que, como os demais países, enfrenta problemas que são comuns no mundo globalizado. Aquele país sempre contou com um excedente populacional que emigrou para o exterior, tanto países desenvolvidos como os que contavam com oportunidades para seus recursos humanos, notadamente nos seus momentos de crise. Entre os países emergentes, a Índia conta com muitos profissionais treinados internacionalmente, inclusive acadêmicos em prestigiosas universidades, como Oxford e Cambridge, no Reino Unido, do qual era colônia no passado.

O artigo do The Economist informa que a diáspora de 25 milhões de indianos é algo que precisa ser considerado. Nos tempos em que a Índia era dominada pelo Reino Unido, os indianos, principalmente bons comerciantes, se espalharam pelo Oriente e Caribe, podendo se incluir o leste da África. A segunda onda, de 1970 até meados de 1990, ocorreu quando o país era semi-socialista. No boom do Golfo Arábico e do Sudeste Asiático, seus empresários e recursos humanos bem preparados foram para estas regiões. Seus bons profissionais chegaram até o Vale do Silício. Suas grandes empresas, como a Arcelor Mittal ou a Tata, ampliaram suas atividades no exterior.

Os indianos estão também em Dubai como em Cingapura, como chegaram com sua indústria cinematográfica em Hong Kong, para suprirem as necessidades chinesas. Até nos Alpes aproveitam os cenários nevados, mais do que no vizinho e familiar Caxemira. Para os voos de longa distância, os indianos utilizam o Emirates, e para as curtas distâncias empresas de aviação da Índia. Enquanto os empresários chineses são a elite, os indianos costumam serem os empresários medianos que estão se tornando grandes. Procuram também trabalhar com joias e pedras preciosas, e procuram paraísos fiscais como as ilhas Maurício ou Dubai.

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As relações destes emigrantes com a Índia resumem-se ao envio de recursos para suas famílias. Como os portos indianos não parecem ser de qualidade internacional até em países pouco simpáticos aos indianos, como Sri Lanka, a porta de entrada para o seu país acaba sendo o porto de Colombo.

O centro de comércio indiano é, segundo o artigo, provavelmente Cingapura, que tem reconhecido papel regional e internacional. Muitos fundos indianos possuem base naquele país-cidade. Também as empresas de internet e e-commerce da Índia utilizam Cingapura, assim como os destinados aos serviços jurídicos.

Estas ampliações das atividades no exterior dependem da situação na Índia, e quando estão mal acabam emigrando. Recentemente, existem indícios que muitos serviços estão deixando o país, quando possui a esperança de se tornar uma potência. As autoridades procuram estimular os investimentos no país, inclusive de estrangeiros, mas os hindus estão adquirindo ouro, que representa uma fuga de recursos que atingiu US$ 50 bilhões por ano.

Não há uma unanimidade, pois alguns grupos hindus procuram efetuar os seus investimentos no país, enquanto outros preferem fazê-lo no exterior. Quando comparado com o Brasil, os grupos brasileiros costumam emigrar menos para o exterior, salvo os trabalhadores que possuem características semelhantes, mas para temporadas mais curtas.

Na realidade, os asiáticos como chineses e hindus possuem uma habilidade comercial e empresarial mais arraigada na sua cultura, não contando com tanto apego quanto à localidade onde estão. Mesmo contando com grande dimensão territorial, o número de habitantes é excessivo, com parte procurando oportunidades como emigrantes, tanto em países desenvolvidos como os que apresentam oportunidades.



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