Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Necessidade de Crescimento da Economia Brasileira

26 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Mesmo não se concordando totalmente com o artigo de Danny Leipziger, da Universidade de George Washington, é sempre interessante observar o que foi apontado no seu artigo publicado no Project Syndicate. Ele se mostra frustrado com a performance da economia brasileira, que só perde da Venezuela e de El Salvador na América Latina, com um crescimento modesto e desvalorização de sua moeda. Ao mesmo tempo, ainda que os investimentos no Brasil sejam baixos, as autoridades impõem restrições ao ingresso de financiamentos externos. A arrogância dos seus dirigentes estaria sendo perdidas.

Ele aponta que algumas coisas boas foram feitas, como a melhoria de sua distribuição de renda. Mas a produtividade do seu trabalho continua abaixo do observador no México ou no Chile. E o país pensava aproveitar o seu bônus demográfico, por contar com muitos jovens, quando o quadro já está se alterando com o aumento dos idosos. Ele entende que o Brasil não aprendeu com o que aconteceu na Ásia Oriental, e com a corrupção estimulando grandes obras, enquanto não foram feitos os investimentos para melhorar os seus recursos humanos e elevação de sua produtividade. O crescimento que foi observado foi somente devido à melhoria da economia mundial.

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Danny Leipziger

Segundo ele, apesar da política macroeconômica aprovável que ajudou o país, os recursos financeiros acabaram sendo aplicados em programas sociais com resultados pobres. Uma política protecionista foi utilizada no Brasil e resultou em baixos investimentos recentemente.

Seria preciso elevar a produtividade total dos fatores e os analistas brasileiros estariam prevendo crescimentos abaixo de sua potencialidade. Para evitar estes problemas, teriam que conseguir uma eficiência maior nos investimentos públicos, para ter uma competitividade internacional.

Segundo o autor, o Brasil ainda teria nos próximos 10 a 15 anos uma possibilidade de ser beneficiado pelos seus fatores demográficos, mas ela será perdida se não conseguir um aumento da produtividade e do seu crescimento.

Suas exportações teriam que agregar mais valores com a industrialização, pois não poderiam viver somente de exportação dos primários e aumentos das produtividades do setor agrícola. Ele acaba demonstrando a sua simpatia pelo governo Fernando Henrique Cardoso que teria feito as reformas necessárias.

Mesmo aceitando muitas de suas críticas, o que pode ser apontado é que a perda da competitividade internacional do Brasil decorreu da pouca importância dada para a expansão de suas exportações, que começou no período de Fernando Henrique Cardoso. Certamente, governos posteriores se beneficiaram da melhoria da economia mundial e pouco foi feito para as mudanças necessárias, salvo a melhoria da dimensão do mercado interno com a correção parcial de sua má distribuição de renda.

O que está se verificando é que economias de grandes dimensões precisam aproveitar o seu mercado interno, notadamente quando os exagerados fluxos financeiros internacionais tendem a valorizar suas moedas, tornando a sua competição internacional complicada. Mas os bancos internacionais não aceitam regulamentações razoáveis para estes fluxos que permitem gerar os seus lucros.



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