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Confusão e Profusão Partidária no Brasil

26 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

O jornal Folha de S.Paulo, como outros veículos de comunicação social, publica artigos sobre as decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral que são difíceis de serem compreendidas mesmo pelos que estão familiarizados com estes assuntos políticos e partidários. Aquele Tribunal aprovou a 31ª sigla partidária brasileira com o nome Solidariedade liderada pelo deputado federal Paulinho, da Força. Este novo partido nada tem com a Rede Solidariedade pretendido pela ex-senadora Marina Silva, que figura nas pesquisas de opinião como a segunda em preferência como candidata à Presidência da República. A Rede Solidariedade ainda encontra-se em análise, tendo que apresentar mais 52 mil nomes com as indicações dos seus títulos eleitorais e comprovações da validade das assinaturas aposta, no mínimo, para uma decisão final na próxima semana, exigência que dificilmente será atendida.

Foi aprovada também a criação da 32ª sigla partidária com o nome PROS – Partido Republicano da Ordem Social, liderada pelo ex-vereador do interior de Goiás, Euripedes de Macedo, ainda que pairasse dúvidas sobre irregularidades no seu processo. Qualquer analista de razoável bom senso deve suspeitar que algo esteja muito errado no sistema partidário brasileiro, bem como nos seus processos de sua aprovação. Não existe nenhuma possibilidade de que existam tantas tendências ideológicas e programáticas no país que exijam tal número de siglas partidárias. O que deve se suspeitar é que existem, no mínimo, vantagens paralelas como as disponibilidades de tempo nos horários de propaganda política nas eleições que estão distorcendo totalmente o sistema político-partidário brasileiro.

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Como na imprensa vem sendo amplamente divulgada a pretensão da formação do partido com a denominação Rede Solidariedade, a aprovação de outro com simplesmente o nome Solidariedade tende a gerar confusões como eu mesmo tive até ler melhor o noticiário, o que pode acontecer com muitos eleitores.

Estranha-se, também, que dois partidos pouco divulgados como os aprovados tenham superados as exigências burocráticas, mesmo não tendo um pré-candidato à Presidência da República reconhecido pelas pesquisas de opinião como a Marina Silva. Também é estranho que muitos políticos que foram eleitos por outros partidos venham a encontrar tanta facilidade para compor os quadros das novas legendas, quando a transferência entre partidos encontra obstáculos naturais.

Na realidade, os eleitos, principalmente os deputados, normalmente contaram com os votos de suas legendas, e deveriam pertencer ao partido, e não aos deputados pessoalmente, pois não contariam com os votos necessários.

Também os princípios que devem ser perseguidos por um partido político, como os seus programas, não têm a sua importância no Brasil, pouco se sabendo sobre suas posições ideológicas, dependendo somente de alguns nomes de políticos mais conhecidos.

Muitos reconhecem que deve haver uma reforma do sistema partidário como eleitoral, não se tratando somente da forma pelos quais arrecadam os recursos para suas campanhas, como vem sendo discutido pela imprensa. O que tem se divulgado é se os seus recursos devem ser orçamentários, ou podem admitir contribuições pessoais ou de empresas.

Na realidade, um país só ganha importância e respeito na medida em que consegue o seu desenvolvimento, que não pode ser somente econômico, como também cultural, político e social. Com a atual a atual confusão político-partidária, acaba-se considerando o Brasil um país que apresenta problemas graves que necessitam ser sanadas.



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