Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Discussões Intensas Sobre os BRICS

5 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

As insatisfações que estão sendo registrados com as reduções dos crescimentos econômicos dos países emergentes, principalmente os agrupados sobre a sigla BRICS, parecem generalizados, principalmente com as desvalorizações que estão ocorrendo em seus câmbios simultaneamente. Até o suplemento da Gazeta Russa, distribuída em português junto com a Folha de S.Paulo, traz uma longa matéria expressando que a Rússia deveria ser excluída deste bloco, para a inclusão de países como a Indonésia, ainda que também este país passe por uma desaceleração. Eles opinam que a Rússia deveria aprender com as políticas que estão sendo executadas pelos outros emergentes. Mesmo assim, seus crescimentos ainda continuam mais elevados do que as incipientes recuperações que vem ocorrendo no mundo desenvolvido.

As queixas do artigo são idênticas a de outros países emergentes. Recomendam que os investimentos governamentais devam ser mais elevados nas habitações populares como na infraestrutura. Os russos queixam-se dos monopólios e desejam que algumas atividades sejam transferidas para o setor privado, notadamente no comércio internacional, como o Brasil está efetuando. Até a África do Sul estaria conseguindo estes resultados. Na realidade, todos os demais membros do BRICS enfrentam dificuldades semelhantes.

Brics

Dilma Roussef, Vladimir Putin, Pranab Mukherjee, Xi Jinping e Jacob Zuma

O fato concreto é que todos os países necessitam se ajustar, com reformas, às novas situações que estão enfrentando. Quando o mundo estava crescendo num ritmo mais elevado, as dificuldades que enfrentavam ficavam disfarçadas, e agora precisam utilizar seus mercados internos para promover o seu desenvolvimento, pois suas exportações ficaram mais difíceis, não somente entre os emergentes como para o mundo desenvolvido.

Quando se verifica o caso chinês, por exemplo, o ritmo de crescimento que está conseguindo é apreciável, mas as pressões internas decorrem do mais elevado que tinha até os anos recentes. Não se pode afirmar que o ritmo mundial é insatisfatório, mas todos se acostumaram a um dinamismo que hoje se tornou difícil.

Estas pressões deverão ser expressas na próxima reunião do G-20 que deverá ocorrer na Rússia, tendo como alvo até os líderes mundiais como os Estados Unidos, por terem provocado a desvalorização do dólar para tornar a sua economia competitiva, o que desencadeou a atual guerra cambial que vem prejudicando os países emergentes, com uma fuga de capital dos países que apresentam maiores riscos.

No fundo, o mundo globalizado apresenta suas vantagens, mas também exige de todos os países uma disciplina macroeconômica com a qual não estavam acostumados. Sempre ocorrem desequilíbrios, principalmente porque os dispêndios com que precisam arcar são maiores do que os recursos com que contam.

E as transmissões com as melhorias das comunicações fazem com que as populações, mesmo dos países mais pobres, tomem conhecimento do que se dispõem entre os ricos, sendo natural que aspirem por estas melhorias.



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