Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Visita do Chanceler Fumio Kishida ao Brasil

4 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Como o primeiro-ministro Shinzo Abe deve visitar Buenos Aires para tentar a escolha de Tóquio para as Olimpíadas de 2020, haveria a possibilidade de visitar também o Brasil. Como a última visita foi a brasileira ao Japão, protocolarmente deveria ser do primeiro-ministro do Japão ao Brasil, mas não vem se conseguindo uma data para tanto. E haveria o risco de ser interpretado pelo Brasil como uma mera passagem, provocando uma diminuição para o país. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Rousseff já se dispunha a viajar para o Japão, o que acabou sendo cancelado diante das manifestações populares que ocorreram no país.

Como uma espécie de compensação, resolveu-se por uma visita protocolar do ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio KIshida, e, por não contar com uma pauta substancial, as discussões se resumiram nos aspectos gerais das políticas externas dos dois países, efetuada com o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo.

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Ministro de Negócios Estrangeiros do Japão Fumio Kishida

A agência de notícias japonesa Kyodo distribui também uma nota que foi publicada em alguns jornais japoneses, sem muito destaque, que também teria se discutido o problema do uso pacífico da energia nuclear. Mas todos entendem que se o Japão não conseguir resolver o problema do vazamento da contaminação que vem ocorrendo na usina de Fukushima, com seu agravamento recente, não parece haver um clima adequado para este tipo de cogitação.

Lamentavelmente, o momento não está proporcionando uma pauta substantiva, pois os interesses japoneses no Brasil resumem-se aos pequenos e médios projetos privados, não havendo em discussão algum que justifique um esforço especial. O que parece estar acontecendo no momento é somente um entendimento corriqueiro, pois os dois países mantêm relações amigáveis de longa data.

Um aspecto que continua interessando a ambos os países é a reforma da ONU – Organização das Nações Unidas, de forma que outros países também tenham assentos permanentes no Conselho de Segurança, incluindo o Brasil e o Japão, mesmo com as resistências existentes.

Mesmo outros fóruns internacionais, como o G-20 que deve realizar uma reunião na Rússia, o que parece que acontecerá será somente as restrições para um ataque à Síria diante do uso de gases no seu combate com as facções contrárias ao governo local. Também as reclamações sobre os problemas de espionagem eletrônica que vem sendo feito pelos Estados Unidos, que não se resume somente ao Brasil.

No atual ambiente morno que predomina no mundo, não parece que haja grandes avanços em projetos importantes, mesmo que existam os relacionados com a sustentabilidade. Parece que vai se necessitar de muita paciência e medidas de melhoria lenta, que vá criando um ambiente adequado para projetos mais ousados.

Os japoneses procuram ganhar uma maior importância internacional depois de um longo período de relativa estagnação, o que fazem por intermédio do Abeconomics, mas que não tem nenhuma relação com o Brasil, e sim com a Ásia e o Pacífico.



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