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Inusitado Colecionador de Antiguidades Chinesas

17 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

A matéria elaborada por Xu Junqian está publicada no China Daily, e refere-se a um obstinado colecionador de antiguidades chinesas, Qin Tongqian, de 50 anos, que possui uma invejável coleção digna de um respeitável museu. Ele é colecionador de casas centenárias, possuindo mais de 200 delas que, desmontadas, estão na forma de peças em três armazéns próximos a Xangai, na maioria obras do período Ming (1368-1644). Mas também compreendem dezenas de milhares de peças de mobiliários, centenas de vasos, pinturas, obras de caligrafia, e Qin nunca vendeu nenhuma delas, cujo preço hoje seria de apreciável fortuna. Algumas delas, isoladamente, já seria objeto de estudos de especialistas, excitando historiadores e outros colecionadores de antiguidades chinesas, que se encontram atualmente em moda, com preços elevadíssimos nos leilões, inclusive internacionais.

Ele veio trabalhando com jardins. Sua coleção começou com sua primeira aquisição, em 1988, quando ele deparou um conjunto de mobiliário chinês tradicional que um estrangeiro, um dos seus clientes, desejava substituir por novos ocidentais, como acontecia também com chineses. Ele adquiriu um conjunto de oito janelas da dinastia Qing (1644-1911), depois uma cadeira, e depois um conjunto de mobiliário, chegando à porta, para completar com toda a casa.

KazuChina

Sem uma regra para as aquisições, foi colecionando o que outros compatriotas seus desejavam se livrar. Ele chegou a contar uma equipe de 10 pessoas para localizar os tesouros, e com 200 carpinteiros para consertar as casas e mobiliários para ele.

Ele afirma que hoje as réplicas são abundantes, principalmente depois de 1990. Ele evita peças de cerâmicas e porcelanas, pois muitos estão inflacionados nos seus preços com a procura que virou uma moda, havendo os falsificados.

O governo vem declarando algumas casas antigas como patrimônios culturais, impedindo suas vendas. Ele não tem adquirido mais depois de 2005. Segundo o professor de planejamento urbano, Ruan Yisan, da Universidade de Tongji, de Xangai, a preservação destas casas é importante para salvaguardas as esculturas nas colunas, vigas e janelas, sendo fundamental para conhecimento de como viviam seus ancestrais.

Atualmente, Qin Tongqian utiliza suas peças para decorar sua casa, escritórios bem como clubes privados, combinando-os com ambientes novos, mostrando a diversidade existente. Mas está construindo um parque temático, o Ahn Luh Lanting, em cooperação com um hotel de luxo da Indonésia, do grupo Aman resorts, com um custo de mais de US$ 115 milhões.

O local contará com piscina, dois restaurantes, uma biblioteca, e 35 mansões, todos remontados com a coleção de Qin, inclusive uma ponte de pedra, uma peça centenária. Na sua concepção, estas peças só tem sentido quando utilizadas por seres humanos, dispostos a pagar diárias elevadas para usufruir das suas proximidades.

Segundo ele, “cada peça de escultura, seja de madeira, tijolo ou pedra, é um livro de um século de idade, no qual nossos ancestrais tentaram passar suas lições de vida, através da arte viva e elaborada” (tradução livre).

Ele pretende construir outras unidades semelhantes no delta do Rio Yangtze, fazendo pleno uso de sua coleção. Para ajudar a preservar um pouco do artesanato, ele planeja construir uma oficina ao lado destes empreendimentos, tendo artesãos comprovados para mostrar como polir, corrigir e restaurar esculturas que estão se deteriorando, bem como outros componentes.

Segundo ele, pagar com dinheiro ajuda, mas pagar respeito é importante também.



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