Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Multinacionais Brasileiras

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Não há dúvidas que muitas empresas brasileiras estão se tornando importantes no mundo, com suas atuações além das fronteiras, assunto que está sendo abordado pelo suplemento especial Multinacionais Brasileiras do Valor Econômico. Três indicações teriam sido utilizadas, com base nos dados elaborados pela Fundação Dom Cabral, fornecendo um ranking por índice de transnacionalidade, ganhos externos e mais atuações em países estrangeiros. Comentários de estudiosos relacionados com o assunto foram coletados, como da SOBREET – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

No entanto, acaba se ficando com algumas dúvidas sobre os critérios utilizados, em decorrência da ausência de nomes conhecidos. Entre as que causam estranheza pela ausência estão a Embraer, a Ambev/Imbev, as de sucos de laranja como a Cutrale e a Citrosuco, as que atuam com frangos como a Brazil Foods, entre as mais evidentes.

KazuValor

Os estudos teriam sido coordenados por Sherban Leonardo Cretoin, do Núcleo de Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral. A Sobeet e o seu presidente Luís Afonso Lima confirmam ao Banco Central que nos últimos 12 meses até agosto último foram remetidos US$ 14,4 bilhões para participação no capital no exterior. Maria Tereza Fleury é coautora do livro “Brazilian Multinationals – Competences for Internationalization”. Para Carlos Braga, professor de Política Econômica Internacional da escola de negócios suíça IMD, as empresas brasileiras ainda estariam no estágio de aprendizado.

O Brasil vem utilizando estas empresas como política para aumentar a sua presença no exterior, apoiada pelo Itamaraty, como acontece na China e na África. Algumas empresas brasileiras com comprovada competência se mostram mais eficientes no exterior, como a Metalfrio e a WEG, dadas as condições pouco favoráveis no próprio Brasil.

Muitas empresas de construção pesada do Brasil procuraram atuar no exterior para evitar os ciclos internos, conseguindo também receitas em outras moedas para sustentar todas as suas atividades, mostrando-se competentes nas construções de infraestrutura, participando de licitações internacionais.

A experiência internacional mostra que a presença no exterior tende a aumentar o intercâmbio internacional, tanto pelas exportações como importações de novas tecnologias que acompanham muitos equipamentos.

Tendo começado pelos países vizinhos, as empresas multinacionais brasileiras hoje estão em todos os países, tanto nos Estados Unidos, Europa como na Ásia, notadamente na China. Estas atividades não são voltadas somente para uma direção, mas para exportações e importações, reduzindo os custos dos financiamentos como os riscos cambiais.

Algumas instituições oficiais como os bancos BNDES e do Brasil procuram dar o respaldo para estas expansões no exterior, ao mesmo tempo em que canalizam recursos obtidos no exterior a custos menores para as suas matrizes no Brasil. Seria recomendável que o governo fosse mais agressivo neste apoio, pois a economia brasileira continuará necessitando de importações bem como novas tecnologias em muitos setores.



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