Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Seminários Folha Sobre Mobilidade Urbana

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

A Folha de S.Paulo também aderiu ao sistema de promover seminários sobre determinados assuntos, para depois publicar um suplemento, conseguindo publicidade abundante voltado para um público interessado neles. O desta semana refere-se à mobilidade urbana, uma das reivindicações das manifestações populares que começaram em junho deste ano. Diante do inusitado aumento de veículos, principalmente automóveis de uso particular, em detrimento ao transporte público, sem que a infraestrutura para tanto fosse providenciada, provocou-se um aumento do tempo gasto pela população para os deslocamentos indispensáveis de suas residências para os locais de trabalho e em condições precárias.

Especialistas foram reunidos num debate promovido pelo jornal, e o assunto acabou merecendo o suplemento, com abundante publicidade, que ajuda no difícil equacionamento econômico-financeiro que está sendo enfrentado por parte substancial da imprensa escrita não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Dois aspectos parecem se destacar nestas discussões, que também envolvem exemplos de outras cidades. Uma seria a necessidade de um novo planejamento da ocupação das cidades, aproximando os locais de trabalho das residências, minimizando a necessidade de demorados deslocamentos. Outro seria a prioridade para o transporte coletivo, pois até o momento o aumento de veículos particulares para uso de um número limitado de pessoas veio sendo privilegiado, considerando que a indústria automobilística teria um forte impacto sobre os demais setores econômicos na promoção do desenvolvimento.

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Especialistas sugerem pedágios nas marginais (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapres)

O debate promovido pela Folha de S.Paulo contou com Jurandir Fernandes, secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, o ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, que inaugurou o sistema de privilegiar o transporte coletivo com ônibus no Brasil, Luis Carlos Pimenta, da Volvo, e o jornalista Leão Serva.

Apesar da situação caótica em que se encontra o trânsito urbano nas principais cidades do Brasil, o suplemento tenta dar um tom otimista mostrando que existe saída para o problema. As autoridades se mostram dispostas a dar mais privilégio ao transporte coletivo, quer seja com metrôs, elevados, trens suburbanos como faixas segregadas para os ônibus. Também se trata de debate entre os urbanistas sobre as tendências de aproximar os locais de trabalho, como os centros tradicionais, com o aumento de residências na sua proximidade, que já contam com outras infraestruturas. Relacionam-se os próximos eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas com estes problemas.

Os sistemas que impõem rodízios de automóveis parecem ter atingido o limite de sua eficiência, e a introdução de novas tecnologias parecem somente aliviar parte das dificuldades. Muitos veem o pedágio urbano como uma solução inescapável.

Exemplos do uso de bicicletas são citados, mas que melhoraria somente o meio ambiente, como comparações dos problemas de transito em outras cidades são colocadas. Todos parecem concordar que não existe uma solução única que resolva os problemas, imaginando-se uma cidade ideal com melhoria do urbanismo, compartilhamento dos veículos, diversidades de transportes, melhoria das calçadas para a caminhada dos pedestres, aumento dos estacionamentos públicos e restrições ao uso de automóveis.

Apesar dos esforços efetuados, pode-se constatar que outros bons exemplos observados no mundo não foram registrados. Como um exemplo, o caso de Cingapura, onde para a aquisição de um novo veículo se torna necessário um certificado do sucateamento de outro, evidentemente mais obsoleto. O exemplo mais próximo citado é o de Hong Kong, que promove um leilão para a licença da compra, fazendo com que os mais privilegiados economicamente acabem contando com esta possibilidade.

O caso do Japão também não está mencionado. Lá, para a aquisição de um novo automóvel torna-se indispensável provar que existe um local na residência para o seu estacionamento. Deve se entender que as vias públicas se destinam ao trânsito e não devem ser utilizados como estacionamentos como ocorre no Brasil. Informa-se que estão sendo, em algumas localidades, aumentadas as calçadas, de forma a dificultar ainda mais o aumento dos veículos.

Com a possibilidade de pedágios urbanos, as vias mais rápidas que são providenciadas com investimentos públicos, poderiam estar sujeitos à cobrança por meios eletrônicos dos veículos particulares, para gerarem os recursos indispensáveis. Isto poderia ocorrer, no caso de São Paulo, nas suas marginais ou em novos túneis que hoje podem ser construídos com custos mais baixos e rapidamente sem implicarem em vultosas desapropriações, com os usos dos tatuzões tecnologicamente avançados, que efetuam o termino das obras simultaneamente com as perfurações.

Portanto, além das soluções já lembradas, parecem que existem muitas outras que poderiam ser consideradas, levando em conta os seus efeitos benéficos já observados em outras localidades, principalmente no exterior.



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