Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Consolida-se Uma Nova Aliança Sino-Brasileira

8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

A imprensa mundial não está dando a devida importância para uma nova aliança Sino-Brasileira que está se consolidando cada vez mais. Tanto o Brasil como a China, duas importantes economias emergentes, encontram-se bastante isoladas dos entendimentos internacionais que se consolidam mundo afora. Nada mais natural que ambos procurem intensificar seus intercâmbios visando vantagens recíprocas que são relevantes, utilizando os setores onde possuem e estão mais avançados. Quando da visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011, foram estabelecidos importantes acordos, que continuam se desdobrando posteriormente, com entendimentos objetivos e concretos em 2013.

A China vem intensificando a participação na exploração brasileira de petróleo, utilizando suas reservas externas que são as maiores do mundo, principalmente num dólar que está se desvalorizando. Os montantes que não passam despercebidos, ainda que não destacado pela imprensa mundial, estão sendo investidos no Brasil. O Brasil tem um elevado potencial de exploração do petróleo, e a China necessita desta fonte de energia assegurada. Também a China demanda muitas produções agropecuárias para a alimentação de sua gigantesca população, e o Brasil vem aumentando a sua produção competitiva no mundo. Nada mais natural que ambos os países procurem todas as oportunidades para fortalecer entendimentos de interesse mútuo, como nesta recente visita do vice-presidente Michel Temer à China.

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Michel Temer com empresários chineses e o presidente Xi Jinping

China como o Brasil estão excluídos do chamado TPP – Transpacific Partnership, onde os Estados Unidos estão concentrando suas atenções aos seus aliados no Pacífico, apesar das suas atuais limitações de recursos para serem investidos no exterior, inclusive na segurança internacional, necessitando da participação dos seus aliados.

Ainda que o Brasil venha mantendo uma política externa aberta para todos os interlocutores, torna-se visível que existem preferências dos norte-americanos com os mexicanos e outros países latino-americanos do lado do Pacífico. O Brasil, situado no Atlântico, acaba ficando fora das principais correntes mundiais, como os que dão prioridade aos intercâmbios no Atlântico Norte, inclusive na frequência dos navios que transportam contêiners.

Com a desastrosa proteção dos países ocidentais ao sistema bancário internacional, que apesar de criar problemas como a crise imobiliária de 2007 que acabou se transformando numa crise internacional, bem como das especulações cambiais e manipulações da LIBOR – London Interbank Rate, as punições que alguns bancos estão sofrendo são insignificantes diante dos lucros proporcionados pelas suas assistências por parte das autoridades de diversos países.

Para os que ficaram fora destes conluios, as críticas da imprensa internacional patrocinada por estes bancos acabam sendo massacrantes, ainda que muitas vezes haja razões para tanto. No entanto, o sistema bancário brasileiro vem se mantendo dentro das melhores regras internacionais estabelecidas, como do BIS – Banco Internacional de Compensações, o Banco Central dos Bancos Centrais.

Os mecanismos de cooperação que estão sendo utilizados já o foram no Brasil com asiáticos como o Japão, no fornecimento de minérios para as siderurgias japonesas, estabelecendo um invejável sistema logístico. Eram contratos de longo prazo, que foram utilizados para possibilitar investimentos pesados, inclusive no projeto Carajás.

Agora, os chineses não só estão investindo em participações nas explorações do petróleo como do pré-sal, como se dispõe a financiamentos expressivos para serem pagos com fornecimentos de produtos agropecuários.

O Brasil almeja acrescentar valor agregado aos seus produtos competitivos de exportação, como minérios e agropecuários, sendo perfeitamente possível de ser acordado com os chineses, que também conta com apreciáveis tecnologias atuais nas indústrias como na implantação de zonas especiais de exportação.

Existem variados setores onde este intercâmbio pode ser aproveitado, com benefícios múltiplos. Os chineses costumam ser dedicados nos seus estudos, como nas reformas que devem aprovar para a continuidade do seu desenvolvimento nos próximos dias. Os brasileiros têm muito a aprender com as visões de longo prazo, bem como a paciência necessária para as maturações dos grandes projetos. Mesmo nos problemas que ambos os países enfrentam, como da poluição e da assistência social para a sua população, existem experiências bem sucedidas que podem ser intercambiadas.



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