Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Formas de Ver a Aliança Militar dos EUA com o Japão

21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

O professor de política internacional da Universidade de Kanagawa Ryo Sahashi, expressa num artigo distribuído pela AJISS – Associação dos Institutos Japoneses de Estudos Estratégicos seu ponto de vista sobre as atuais tendências do entendimento militar entre os Estados Unidos e o Japão. Como todos sabem, depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão renunciou a contar com força militar para a sua defesa externa, dispondo somente de meios para a chamada sua autodefesa, passando a contar com o suporte dos Estados Unidos para o que venha a necessitar. Com as despesas militares norte-americanas em diversas regiões do mundo, os Estados Unidos passam a esperar a colaboração dos países aliados para neutralizar o aumento da capacidade militar dos chineses nos mares que cercam a China, com a alegação de proteção de suas rotas de suprimento.

Os dois países mantêm um CCS – Comitê Consultivo de Segurança USA-JAPÃO ao nível dos ministros de Defesa e Relações Externas de ambos os países que se reúnem regularmente, o último no início de outubro último. O Secretário de Estado John Kerry vem afirmando que os Estados Unidos reconhecem que as ilhas Senkaku disputada com a China pertencem ao Japão. Também existem disputas com a Coreia do Sul, e a Coreia do Norte com seus foguetes com armamentos atômicos são preocupações constantes dos japoneses, como do resto do mundo, notadamente dos asiáticos.

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As resoluções destas reuniões são divulgadas por uma declaração conjunta, cujos detalhes são importantes do ponto de vista diplomático e dos analistas de segurança internacional para entender o que foi acordado entre os dois países.

O artigo do professor Ruy Sahashi aprecia as redações que foram dadas, informando que evoluíram de uma transformação tranquila da aliança para uma instituição notável da mesma. Na realidade, o Japão está se comprometendo a arcar com os custos dos incrementos das despesas norte-americanas, como deve ocorrer com a Austrália e o Vietnã, entre os seus aliados, no mínimo.

Os Estados Unidos reafirmam o compromisso para assegurar a segurança do Japão através de sua capacidade militar convencional e nuclear. Na realidade, existem os que pensam que não se pode deixar de cuidar de sua segurança externa com as próprias forças, pois transforma o Japão num dependente dos Estados Unidos. Hoje, além dos mísseis necessários, há preocupações humanitárias e com a segurança cibernética.

Todos os países procuram também acordos com a China que conduzam a solução dos problemas existentes sem conflitos armados, que seriam desastrosos para todos. No comunicado recente não existe uma menção explícita a este entendimento com a China. Também os Estados Unidos estão apoiando as iniciativas japonesas para criação do seu Conselho de Segurança Nacional para estabelecer sua estratégia de defesa global, o que significa que o Japão está se preparando para aumentar suas despesas militares, inclusive para assegurar a retaguarda para as tropas norte-americanas em suas ações na Ásia.

Os dois governos concordam com o reforço da defesa institucionalizada politicamente, confirmando a intenção de introduzir um sistema de radar na área norte de Quioto, para sistema de defesa antimíssil, como cibernética. O Japan Aerospace Exploration contribuiria para melhor coordenação de uma crise, de forma bilateral, inclusive para desastres naturais.

O documento tem um capítulo sobre a defesa regional, na região Pacífico da Ásia, inclusive do Sudeste Asiático, com envolvimentos trilaterais ou multilaterais.

O realinhamento das forças dos Estados Unidos e do Japão não foi totalmente implementado, e os compromissos de boa fé de ambos os países são necessários. A capacidade de atacar bases estratégicas não foi mencionada, o que pode ser interpretado que o Japão ficaria livre para atuar sem a participação dos Estados Unidos, como uma medida de dissuasão.

Tudo indica que a atual aliança entre Tóquio e Washington é estável e crescente, tendo um significado estratégico para os Estados Unidos na Ásia, o que pode ser interpretado como positivo ou negativo, dependendo da posição do analista.



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